terça-feira, 25 de outubro de 2016

Insinuando (+18)

Outro "oi" insinuante. Que insinua uma mão na cintura.
Nossa vida sempre foi repleta de cumprimentos. Costumamos sempre nos perder nos ois e tchaus do dia a dia.
Aquele dia, ele me buscou. Cumprimentou-me com aquele beijo rápido e casual, motivo pelo qual me encolhi no banco. Liguei o rádio para quebrar o silêncio, mas a trilha sonora parecia aumentar o abismo entre nós. Ele pareceu notar, por isso fez o arriscado movimento de repousar as mãos em minha coxa.
Aquele era o primeiro e verdadeiro oi.
Sua mão quente arrepiou-me o suficiente para me manter ocupada até que o carro finalmente parasse. Dirigimo-nos ao quarto, e ele logo abaixou as cortinas por conta do reflexo do sol, que atrapalhava. Sem dizer uma palavra, ele deixou o ambiente, momento em que eu realmente senti o calor que fazia naquele momento e que notei que o ventilador, mesmo ligado, não dava conta. Decidi, então, ficar mais confortável, livrando-me do shorts apertado. A calcinha era mais leve, preta, de redinha. Inclinei-me sobre a mesa do computador, buscando algo para me distrair, repousando a mão na cintura - outro oi insinuante, que se estendeu até a entrada dele no quarto. Ele passou as mãos em minhas costas, abraçando-me por trás, como de costume. Seu quadril encaixou-se no meu, momento em que eu, tímida, ruborizei diante do volume e da rigidez que dele emanava. Ele beijou meu pescoço, sugando minha pele levemente, percorrendo o comprimento até a ponta dos meus ombros. Em resposta, eu pressionava seu corpo contra o meu, causando nele a resposta de procurar, em meio aos suspiros, minha boca. Habilmente, ele retirou todo e qualquer pedaço de tecido que resguardava qualquer centímetro do meu corpo e interrompeu-me quando eu faria o mesmo, automaticamente.
Ele me empurrou na cama. Apoiei-me da única forma possível: de quatro. Ele segura com as mãos meus cabelos, com força, sussurrando-me ao pé do ouvido que se eu não ficasse quieta, ele me castigaria. Isso, claro, foi o suficiente para me fazer pingar - ele sabe que eu sou fã de ordens bem dadas. Ele me puxava com força o suficiente para que eu não pudesse me mexer e eu sentia sua língua lambendo cada centímetro dos delicados lábios rosados e molhados, enlouquecendo-me. Eu tremia e praticamente implorava para que ele me desse mais... E ele deu.
Senti na força que ele segurava meu quadril para ir o mais fundo possível e, em seu olhar, a satisfação. E por mais forte que aquilo fosse, eu só conseguia dizer que eu queria mais. Eu não precisava dizer - ele sabia -, mas a falta de controle me consumia. Pedi que ele me puxasse com mais força meus cabelos, e eu tremia, involuntariamente, meu coração acelerava e eu presa no loop de sensações.
E, então, me lembrei do abismo entre nós, mais cedo. Eu queria aquele abismo, agora. Queria, pois o tempo passava mais lentamente.
Queria.
Mas tudo acabou como começou, intenso e repentino, como um furacão sem previsão. Ele acariciava meus cabelos, beijando-me a testa. Depois, suas mãos contornavam todo o meu corpo, chegando até os joelhos e voltando. Voltei-me aos olhos dele. Aqueles olhos.
Os olhos de ressaca, que tanto me atraíam para dentro. Os olhos feito ressaca do mar, que puxam e repuxam e que, por mais que você tente, sabe que jamais conseguirá sair.