segunda-feira, 6 de março de 2017

Os 7 contos - A História de Amor (Parte XIII)


[...]

Os dias lá no campo sucederam-se rapidamente, Joseph passava todas as manhãs exercitando-se e nadando no rio enquanto Laura tomava sol e fazia um piquenique, depois ambos deliciavam-se com o banquete que a cozinheira da família preparava para o almoço. De tarde também era sempre igual todos os dias, eles descansavam um pouco, desfrutavam da companhia um do outro onde Joseph fazia massagem em sua amava e caminhavam dentre o jardim de girassóis até um banco de frente a uma fonte, onde juntos ficavam conversando e especulando sobre o que estaria se passando no reino até escurecer.

De noite o casal desfrutava de outro banquete, depois aninhavam-se em frente a uma fogueira na sala e iam dormir, mas enquanto eles aproveitavam dessa vida boa sem preocupações no reino o rei combinava com o rei Annastor sobre o casamento de Kathelyn e o batismo de Annastorzinho que viria em seguida.

Margary também desfrutava de uma boa vida e da tranquilidade do Vale das Fadas, seu hobbie preferido tornou-se fazer roupas de crochê para doar as crianças mais necessitadas ao redor do reino na vila que em morava, todos os dias ela fazia alguma peça de roupa e ia guardando para entregar depois. Ela criou um hábito também de cultivar uma horta da qual tirava seu alimento e com seu dinheiro comprou algumas galinhas e uma vaca, para que não precisasse ficar viajando a uma vila próxima dali para comprar nada.

Todas as noites ela ia aos pés do túmulo de seu marido que fora o único que permaneceu como túmulo sem ser coberto por um jardim e ascendia uma vela orando por sua alma e pedindo aos Deuses que aonde quer que ele esteja pudesse olhar por seus filhos.

Um dia antes do príncipe e a princesa voltaram da lua de mel Lore sentiu algumas dores, sua menstruação estava atrasada também e após alguns pequenos rituais ela descobriu que estava grávida de uma menina, ao contar para Sammuel ele caiu no choro de alegria. No entanto a moça estava preocupada, porque sabia que seu julgamento iria ocorrer independente de sua gravidez e era bem provável que ela não vivesse para criar sua filha.

Com os nove dias completos, as malas já arrumadas e doidos para voltarem para a normalidade Joseph e Laura aguardavam ansiosamente pela carruagem que veio na hora do combinado busca-los, a viagem era prevista para ter fim com seu destino ao castelo na manhã seguinte. Os lacaios trataram de arrumar rapidamente as coisas e o casal fez questão de despedir-se de todos que os serviram mesmo que anonimamente nos dias que passaram.

Lembra-se daquele primo do príncipe que era corsário e havia tirado Penélope para dançar no casamento? Então, ele já estava de namoro com a pirata, se apaixonaram perdidamente nos últimos dias, a jovem até adiou o zarpar de seu navio e passou alguns dias na casa de Angel, o corsário belíssimo.

Infelizmente o dever chamava por Angel na marinha real e Penélope também tinha seus afazeres no mar, as viagens dos corsários demoravam até quase um ano para que ancorassem os navios e os piratas quase nunca estavam em terra, talvez fosse demorar muito para que eles se encontrassem novamente, só que Angel fez questão de fazer um casamento ao estilo pirata com Penélope.

Tratava-se de pedir para que um capitão de outro navio pirata dissesse os votos sobre um navio na presença de ambos junto da tripulação e pronto, a moça conhecia um velho capitão que morava no reino e fora amigo de seu pai, o senhor aceitou e perante os marujos de Penélope e os marinheiros de Angel deu por concebido aquele casamento informal.

O casal do mar se despediu em meio a um caloroso beijo e Angel prometeu a sua amada que uma vez por ano ele a encontraria na Ilha dos Louros para que ambos ficassem juntos, afinal nenhum deles pretendia largar de sua vida em alto mar, era a paixão de ambos e um capitão pirata, assim como um comandante de um navio real ele afundaria junto de seu navio quando a hora chegasse, mais cedo ou mais tarde.

Logo cedo o príncipe já estava na porta do castelo acompanhado da princesa, quando adentraram a primeira coisa que fizeram foram desarrumar as malas e no café da manhã trataram de por os assuntos em dia com o rei e a rainha, Joseph se surpreendeu ao ver seus sobrinhos aparecerem para tomar café junto deles e ficou mais que feliz por tê-los ali.

Laura emocionou-se ao saber da história de Kathelyn com sua irmã e seu marido estava um tanto quanto receoso em levar a diante a história de Lore a seus pais, ele pediu para ter uma reunião na sala do conselho apenas com seus pais após voltar da visita que faria junto de sua esposa ao Annastorzinho.

Kythyng era um reino vizinho que não demorava muito a viagem, mas Joseph e Laura já haviam planejado de passar na casa de Sammuel e dormirem lá, só voltariam para o reino na tarde do dia seguinte. Eles fizeram uma pequena mala apenas com algumas coisas de maior necessidade e partiram para conhecer o principezinho, foram super bem recebidos pelo rei Annastor e a rainha.

O bebe era a coisa mais linda que o casal já havia visto, o garoto do estábulo estava radiante ao contar de seu casamento que aconteceria no castelo de Joseph em conjunto ao casamento de Lore naquela semana mesmo, os pais do rapaz não contaram nada para não estragar a surpresa. Kathelyn só sabia falar de Lore e do quanto ela fora amiga e ajudou no momento mais especial de sua vida, tudo aquilo mexia de mais com o príncipe que começara a realmente crer que ela havia mudado.

Entregaram o presente, seguraram um pouco o Annastorzinho no colo, mas logo partiram, queriam sair antes do anoitecer e ficaram muito felizes pelo convite ao casamento, até porque seriam reciprocamente os padrinhos daquele casal. Os caminhos até a casa de Sammuel foi bem rápido através de um atalho que o senhor que conduzia a carruagem conhecia, Joseph entregou algumas moedas de ouro para ele e pediu que ficasse de boa calada sobre a ida deles aquele casebre.

O senhor era muito leal ao príncipe desde que ele era um garoto, jurou manter segredo e dizer que parou apenas para desancar no meio do caminho, assim explicando a demora a quem perguntasse no reino, também ficaria ali mesmo dentro da carruagem esperando pela ordem de partir do príncipe.

Lore e Sammuel não esperavam por eles, surpreenderam-se ao encontra-los e ofereceram para que passassem a noite antes que pedissem, Sammuel foi cortar lenha com Joseph e Laura ficou papeando com a irmã. Ambos ficaram espantados ao saberem da gravidez, Lore expôs para sua irmã que temia que o rei ou Joseph achassem que fosse algum tipo de golpe para escapar da sentença, ela fazia questão de ser julgada por seus crimes, mesmo com Laura implorando para que deixasse essa história de lado, não tinha conversa com ela.

Joseph falou para o amigo que desistira de entrega-la para o rei, Sammuel ficou muito feliz e quando entraram e o príncipe foi parabenizar Lore pela gravidez ela disse: - Faço questão de ser julgada pelos meus erros, só peço que seja depois do meu casamento e juro pelos Nove Deuses acabar com seu tormento.

O jovem disse que já tinha deixado toda essa história para lá e se era um perdão que ela procurava ele estava concedendo, agora se era punição que ela queria ele mesmo faria uma. Sammuel e Laura ficaram aflitos com aquela situação e Joseph disse: - Como punição por todo mal que causou quero que com todo vosso coração ame a essa menininha e como prometido a Kathelyn dê a Annastorzinho vossa proteção.

Lore, Laura e Sammuel começaram a chorar, não fora só a bruxinha que mudou; tudo que viveu e mais ainda o que aprendeu modificou inúmeros conceitos do príncipe. Aquela que um dia fora terrível e apesar de querer se alto punir ao ver a sinceridade mais pura em cada palavra que o rapaz dizia aceitou o acordo, todo o passado ficara enterrado naquele momento.

Naquela hora junto do sentimento de vingança que se esvaziava do peito do rapaz ele sentiu a presença de seu irmão, meio que espantado com aquela sensação foi ao banheiro, lavou o rosto, olhou-se para o espelho e quando se virou para ir para porta lá estava o fantasma de seu irmão.

Sem saber se gritava de pavor ou se chorava de emoção ficou estático, Joseph IV foi breve nas palavras e disse que estava orgulhoso da posição que ele tomara, afirmou também que todos aqueles que morreram nas mãos de Lore estavam felizes por ela ter mudado, mesmo que para isso acontecer custou-lhes a vida.

Antes que dissesse uma palavra se quer seu irmão desapareceu assim como surgira, Joseph tinha um pouco de medo de ser tachado como insano, preferiu compartilhar aquela história apenas com sua amada naquela noite, que ficou muito feliz em saber que estava tudo bem do lado de lá e acima de tudo por ver que as coisas estavam mudando para todos.

Quando voltaram para o reino o rei e a rainha já aguardavam o príncipe na sala do conselho, quando ambos esperavam que ele fosse comunicar algo de grande importância o rapaz apenas disse que gostaria muito que acelerassem o casamento em conjunto de seus amigos para que não corresse o risco de ter outro nascimento em meio a uma festa.

A festa de casamento de Sammuel e Lore e o garoto do estábulo e Kathelyn não fora algo tão grandioso, estavam presente apenas alguns parentes de cada um e apesar de muito simplório e somente um padrinho e uma madrinha para os dois casais foi lindo, Laura segurou Annastorzinho em seus braços durante toda a cerimônia e depois todos foram para um pequeno banquete.

A família mais feliz era a do garoto do estábulo que agora se tornou um príncipe, depois era a família de Sammuel que em meio a um brinde informou que Lore estava grávida de uma menina, a rainha que sabia que ela era irmã de Laura perguntou qual nome ela daria a garotinha. Lore perguntou qual era o nome da rainha o qual nunca pronunciavam, ela então respondeu: - Elizabeth Homes V.

Lore disse em seguida que o nome agora estava escolhido, em homenagem àquela grande mulher sua filha seria Elizabeth, a rainha chorou de emoção, afinal de certa forma a garotinha seria da família e felizmente seu nome não iria morrer com ela. Joseph e Laura se emocionaram com a nobreza e ali estava a prova final que o jovem tanto buscava como confirmação da total mudança da moça;

Ao passar de alguns dias finalmente chegou a hora de Joseph Arthuro VI chegar ao mundo, o parto ocorreu bem e como nada desde o início fora convencional entre o casal Joseph fez questão de estar segurando a mão de sua mulher nesse momento tão especial, rompendo barreiras assim o fez, Lore também estava presente no momento dando forças para a irmã.

O garotinho era lindo de verdade, a mescla entre a beleza do pai e a mãe fez nascer naquele reino o futuro rapaz mais lindo que qualquer donzela poderá conhecer. O tempo foi passando e o principezinho crescendo junto com Annastorzinho no colo de suas mães que se viam toda semana, logo era a hora de Beth nascer e como os costumes já haviam sido mudados por Joseph, Sammuel também estava presente no parto.

Era uma linda ruivinha de olhos verde e sarda, aqueles três bebezinhos encantavam a todos que os viam; Laura, Lore e Kathelyn se tornaram amigas quase que inseparáveis assim como Joseph e Sammuel eram, mas agora o garoto do estábulo se uniu a essa dupla, virando um trio.

14 Anos depois...


Uma nova doença estava assolando o reino e atingindo os idosos, Margary que sempre trocara mensagens com Joseph adoeceu e faleceu, o príncipe viajou até o Vale das Fadas aonde enterrou a mulher ao lado de seu irmão. Ele fechou a casa também até que algum de seus filhos decidisse morar lá, todos seus sobrinhos estavam presentes no velório, todos já eram adultos e ali choravam como crianças.

Lucyus agora tinha 27 anos e tornou-se príncipe de Tones, após casar-se com a princesa; Katheryn tinha 24 e estava de casamento marcado com o príncipe Lutero de Lutterking; e Strayker com 22 anos fazia parte da cavalaria real. Joseph treinou e ensinou muito bem aqueles garotos a lutarem e serem parte da realeza, a rainha deixou a pequena Katheryn com toda graça de uma princesa e todos eles honravam o nome que carregavam da família Arthuro.

Como os pais eram grandes amigos Joseph VI, Annastorzinho e Beth cresceram juntos tendo praticamente a mesma idade, eram grandes amigos e os primos se davam tão bem que quem os via acreditavam que eram praticamente irmãos. Laura estava grávida novamente e de gêmeos, ela e seu marido levaram anos para se recuperar de tudo que passou até que pudessem focar novamente para ter mais filhos.

Lore também estava grávida e desta vez um menino, ela e a irmã engravidaram junto como haviam planejado com os maridos, todos aqueles bebezinhos nasceriam juntos de assim fosse à vontade dos Deuses. O rei havia tornado também o garoto do estábulo e Sammuel em cavaleiros reais, e a idade já estava atingindo aquele velho senhor que estava prestes a passar o trono para o filho.

Quando chegou a tão não esperada hora de tomar o trono o príncipe já estava preparado, houve uma grande festa na qual todos velhos amigos compareceram, Penélope estava lá junto de Angel e seus dois filhos que brigavam o tempo todo, pois um queria ser corsário como o pai e o outro um grande pirata como o avô.

Provavelmente essa fora a cerimônia mais linda e cheia que houve naquele reino depois do casamento de Joseph e Laura, nada era mais belo que um pai que passava a coroa para seu filho ainda em vida e estava ali para abençoar aquela coroação e orgulhar-se de ver o novo rei.

E assim acaba essa bela história, aonde vilões tem espaço para seus finais felizes e nenhum mal é tão grande que não possa se tornar bom, a vida continuou para todos cuja história narrei, mas ela pode continuar em sua imaginação como desejar.

FIM.

Os 7 contos - A História de Amor (Parte XII)


[...]

Eram aplausos e assovios que não acabavam mais, as pessoas jogavam arroz e pétalas de rosas vermelhas sobre os noivos enquanto eles caminhavam de braços dados sob um lindo e longo arco de enfeite com rosas em meio às folhas que fazia toda cobertura do caminho com o tapete vermelho até a carruagem.

Joseph pegou Laura carinhosamente e cuidadosamente no colo antes de entrar na carruagem, colocou-a lá dentro em seguida e após entrar junto dela ambos apareceram na janela e acenaram para as pessoas que saudavam por seu casamento.

Enquanto o casal aproveitava a longa viagem ao campo à festa comia solta no reino, o rei se embebedou completamente junto dos amigos, os mesmos o jogava no ar e cantavam. A rainha fez questão de ir conhecer a esposa de seu falecido filho e seus netos, ela não sabia bem por onde começar, afinal não fazia a menor ideia de quem era Margary, no entanto ela viu os netos na capela.

Ela finalmente achou um dos pequenos e pediu que ele a levasse até seus irmãos e sua mãe, o menino que sabia que ela era a rainha prontamente o fez, mas como havia prometido para sua mãe agiria como quem não soubesse de nada em relação dela ser sua avó.

Quando se encontrou com Margary a rainha disse que já sabia assim como o rei de toda a história e fazia questão que todos eles se mudassem para o castelo, o rei também já havia pedido ao escrivão para dar entrada na papelada para colocar o nome da família nas crianças e prosseguiu insistindo que eles viessem ter uma vida digna no castelo.

Margary disse que se sentia honrada com tudo aquilo, mas contou que Joseph IV havia deixado uma boa quantia em dinheiro para ela e os filhos viverem bem, e que também recebeu recentemente em sua casa que Joseph V a presenteou um pote cheio de ouro do qual daria para seus tataranetos sobreviverem em nome de um “tal” de duende sapeca como recompensa a um bravo príncipe.

A rainha continuou persistindo e falou que havia conversado com Joseph para que os filhos de seu irmão tivessem direito ao trono quando o rei deixasse de governar, afinal ele não tinha interesse. Margary ouvindo a rainha implorando resolveu fazer um acordo com ela, ele baseava-se no fato em que ela entregaria os filhos se fosse da vontade deles para que ela os criasse, mas não iria morar lá, seu desejo era viver até o fim de sua vida ao lado de seu marido e ser enterrada em seu lado, porém ela queria que nenhum de seus filhos se tornasse rei no lugar de Joseph.

A rainha questionou o porquê de seu filho mais velho não poder assumir o ofício quando tivesse idade suficiente e Margary disse que eles não foram criados para isso, assim como o reino jamais teria um rei tão bom como Joseph. A rainha aceitou o acordo, e em seguida expondo melhor a sua ideia sobre seus filhos se tornarem reis ou sua filha rainha ela explicou que se for do desejo de seus filhos se unirem a pessoa escolhida caso o rei regente queira arranjar um casamento para qualquer um deles ela não seria contra.

As coisas estavam acertadas entre as damas, bastava apensar saber o que as crianças queriam, a mãe chamou por seus três filhos e perguntou se eles tinham vontade de ser da realeza como seu pai e viverem no castelo, os olhos das crianças brilhavam e claro que eles aceitaram de imediato, mas a mãe avisou em seguida que ela não abandonaria o pai deles, a filha parou e pensou um pouco.

Após conversar com seus irmãos a menina e ambos aceitaram o acordo, a rainha disse que eles poderiam ir ver a mãe quando desejassem e assim era recíproco caso ela quisesse ficar alguns dias no castelo ou se ela mudasse de ideia algum dia.

A mãe despediu-se de seus filhos, pois tinha de partir viagem e seria um pouco longa, seus filhos choraram um pouco, mas logo estavam se divertindo com as outras crianças presentes na festa. A rainha beijou a testa de Margary e disse: - Tu és uma filha pra mim, haja o que houver podes me procurar e eu e meu marido iremos lhe ajudar.

Com lágrimas nos olhos a mulher partiu, mas seu coração sabia que suas crias estavam em boas mãos e que jamais teriam uma vida melhor em todos os sentidos que entre sua família paterna, afinal lá a vida social deles seria agitada, sem contar os estudos e todos os ensinamentos da realeza, e um dia também quem sabe seus filhos não se tornem reis e sua filha uma grande rainha de algum reino.

Lore amou Kathelyn, fizeram amizade e ficaram batendo altos papos, assim como o garoto do estábulo e Sammuel, mas quando já estava ficando um pouco mais vazia a festa com a ida de alguns convidados embora, Sammuel pediu licença a seu novo amigo para ir falar com sua amada.

O rapaz estava louco para desfrutar intimamente da companhia de Lore que estava belíssima naquela noite, não que ela não fosse, mas naquela noite ela estava sensacional, ele também pediu licença para Kathelyn e falou que precisava conversar a sós com sua donzela.

Ela mal havia se afastado e Lore pulou nos braços de seu amor aos beijos, a coisa foi esquentando e não demorou muito para saírem juntos entre sorrisos atrás de um banheiro no castelo aonde fizeram amor por algum tempo sem que ninguém desse por falta do sumiço de ambos.

Não que eles não fossem figuras a serem notadas ou esquecidas, mas logo após saírem de cena antes mesmo que Kathelyn chegasse ao encontro de seu noivo ela sentiu um líquido escorrer em meio a suas pernas, uma contração fortíssima e já sabia que seu filho estava para nascer, seu noivo que ao ouvir seu urro virou-se na sua direção procurando-a viu ela se curvar e imediatamente correu para ajuda-la.

A rainha estava adentrando o recinto no momento em que as coisas começaram a ficar complicadas e começou a procurar os pais da princesa enquanto gritava pedindo pela ajuda de alguém que soubesse fazer um parto. Os pais da moça ouviram o pedido da rainha e correram ao seu encontro e por sorte, muita sorte mesmo havia uma parteira presente ali na festa, e não era uma parteira comum.

Aquela velha senhora foi quem fez o parto dos filhos da rainha e de muitas mulheres no reino, claro que o rosto de uma parteira ainda mais depois de tantos anos não seria reconhecido pela realeza, no entanto quem realiza o parto de dois príncipes jamais esquece e lá estava ela prestes a colocar o terceiro príncipe no mundo.

A responsabilidade de uma parteira já é imensa, imagine só quando se trata de um futuro rei, ela correu até a rainha e agarrou-a pelo braço dizendo que era parteira e apesar dela não se lembrar, fora ela quem trouxe seus filhos ao mundo, a rainha fez um pouco de força e conseguiu lembrar de algo, só que a prioridade era Annastorzinho que estava prestes a nascer,

Todos correriam para socorrer a jovem que estava no colo do noivo, era prioridade tira-la ali do meio da festa antes que curiosos se amontoasse, não era um local adequado e nem uma situação apropriada para uma criança se nascer. A rainha pediu que a levassem para o quarto mais próximo e logo que o garoto do estábulo a colocou na cama a mãe de Kathelyn pediu que tanto o rei que já não estava lá muito sóbrio quanto o jovem fossem procurar pelos serviçais e pedir panos e baldes de água aquecida.

Com toda aquela confusão e correria não foi difícil de notarem que algo estava acontecendo e a fofoca começar, o garoto do estábulo fez questão ao ser parado pelo primeiro curioso de informar que um príncipe estava nascendo e que a informação se passasse até que encontrassem os serviçais.

Quando a história chegou ao ouvido do primeiro serviçal não demorou muito para que ele encontrasse os outros e fosse levar as coisas que haviam sido pedidas pelas rainhas, o garoto do estábulo já havia perdido o rei Annastor de vista e sua prioridade agora era encontrar Sammuel e Lore para informar que iria se tornar pai a qualquer momento e compartilhar sua felicidade.

Ele sabia que homens não eram bem vindos durante o parto para não deixar suas esposas mais tensas, após alguns minutos procurando castelo adentro ele finalmente viu o casal saindo de um dos banheiros se arrumando e rindo, também não fez questão de perguntar o que se passava, pois estava um pouco explícito.

Ao informar do que estava acontecendo para eles Lore fez questão de que fosse levada até o quarto onde tudo estava ocorrendo para que pudesse dar apoio a sua amiga e assim o garoto do estábulo o fez, ao chegarem a porta apenas a moça entrou, Sammuel se sentou em frente a mesma e pediu que o amigo assim o fizesse.

O garoto do estábulo estava completamente gelado e tremia, mas felizmente seu amigo estava ali para dar apoio moral, o rei Annastor que tinha sumido estava procurando por todos seus amigos para informar que o principezinho ia nascer. Os irmãos de Kathelyn estavam um tanto quanto receosos com o nascimento desse novo membro da família devido ao entusiasmo de seu pai e envoltos aos seus preconceitos com o cunhado.

Na quarto aonde acontecia o parto estava uma completa loucura, a moça gemia de dor e sangrava muito, a rainha amparava sua amiga mãe da jovem que já estava começando a se preocupar com a situação, mas quando Kathelyn viu sua amiga adentrar ao recinto a primeira coisa que fez foi pedir para que ela segurasse sua mão.

Ela apertava a mão de Lore com força, todos ali viam que a situação estava um pouco complicada e foi quando a bruxinha lembrou-se de um feitiço do qual nunca usara antes que aprenderam em magia branca no qual após pronunciar algumas palavras se era assegurado que nada de mal aconteceria a mãe que estivesse parindo e o bebê.

Lore ajoelhou-se ao lado da amiga e no pé de seu ouvido pronunciou: - Destreres afetos in front de madre, gratiles secures ci due. Óbvio que ninguém ouviu fora a moça, mas os que ali estavam presentes queriam saber o que foi que ela disse que acalmou a jovem que estava com dificuldades no parto e Kathelyn sentiu um alivio ao ouvir aquelas palavras, mesmo sem entender nada não fez questão de perguntar.

Quase que de imediato ao acalmar-se a parteira gritou avisando que já conseguia ver a cabeça do bebe, com um pouco mais de força ele foi saindo até que ela conseguiu puxa-lo e finalmente Annastorzinho estava no mundo real, como um grito que declara guerra vem dum rei o principezinho chorou tão alto que pode ser ouvido por todos no castelo.

O pai do bebe levantou-se imediatamente e comemorando abraçou Sammuel em meio a lágrimas de felicidade, lá dentro da sala a parteira perguntou a mãe do recém-nascido quem iria segurar o bebe primeiro e Kathelyn mal esperou ela terminar de falar e disse: - Lore, o entregue nas mãos de Lore até que meu marido possa entrar.

Lisonjeada com toda aquela situação na determinada circunstância mesmo nunca antes tendo segurando uma criança, Lore não podia rejeitar, e quando a parteira entregou o pequeno garotinho em seus braços ela lembrou-se de todos aqueles meninos do qual tirou a vida por puro egoísmo e egocentrismo.

Lágrimas escorreram de seus olhos e para quem via toda aquela situação imaginava que eram de felicidade, mas mal podiam imaginar quão cobradora era aquela situação para a moça, ninguém fazia ideia do tamanho da responsabilidade que a própria se cobrava prometendo ao seu subconsciente que protegeria aquele bebe custasse o que fosse, em troca de todo mal que já causou para os filhos dos outros até o fim de sua vida.

A parteira foi até a porta e pediu que o noivo da princesa entrasse, ele e o amigo correram para ver o bebezinho que era a cara do avô, antes de entrega-lo para o pai Lore beijou a testa daquele garotinho indefeso e olhando em seus pequenos olhinhos que mal se mantinham abertos disse que o amava, surpreendentemente o bebe sorriu e quem ali presenciou chorou.

Sammuel amparou a amada nos braços e juntos foram procurar pelo rei Annastor para avisar oficialmente da chegada do príncipe, Lore estava suja de sangue assim como suas mãos, mas toda aquela frescura que um dia teve não existia mais ali naquela nova pessoa da qual definitivamente se transformara.

Joseph e Laura aproveitaram aquela longa viagem da qual estavam fazendo para dormir no caminho durante a noite, eles mal tinham ideia do que estava se passando no reino e assim permaneceriam sem noticia alguma por nove dias até que voltassem. Na manhã seguinte estavam perto da casa no campo e as estradas que levavam para lá eram belíssimas, Joseph acordou primeiro, mas não despertou sua amada, logo que a carruagem chegou ao portão do casarão ele beijou delicadamente os lábios de sua amada que despertou de um sono profundo.

O príncipe pegou a princesa no colo e a levou até dentro da casa, em seguida os lacaios se encarregaram de levar os pertences de ambos para dentro e depois partiram. O casal estava completamente alienado do mundo e sozinhos, tirando a presença dos empregados que não iriam incomoda-los pra nada, a presença deles nem seria notada a não ser que fossem chamados.
[...]

Os 7 contos - A História de Amor (Parte XI)


[...]

Aos poucos ele foi contanto e sua mãe quase caiu para trás, mas ele a segurou rapidamente antes que alguém notasse, a rainha chegou a derramar lágrimas de felicidade e disse que não via a hora de conhecê-los. Quando voltaram os olhares para as carruagens que chegavam parou uma carruagem de seu próprio reino, ele questionou a mãe por qual motivo as pessoas do reino não podiam vir andando, e a mãe disse que ela mandou carruagens para aqueles que vinham de mais longe.

Agora Joseph finalmente compreendeu, mas ele estava meio perdido nas ideias com tanta informação que vivenciara nos últimos dias, ou seja, melhor não levar tão a sério o que ele anda falando, logo em seguida a porta da carruagem se abriu e desceu num belíssimo traje seu velho amigo de infância Sammuel, o príncipe abriu um sorriso de canto a canto, o rapaz acenou para ele em seguida. Joseph estava ansioso para falar com ele, mas antes de subir as escadas ele colocou o braço para dentro da carruagem para ajudar alguém a descer e o príncipe ficou surpreendido ao ver que ele havia trazido uma dama, afinal ele só a levaria se fosse algo sério.

Claro que o príncipe deduziu que fosse uma mulher, afinal nunca fora do feitio de seu melhor amigo andar acompanhado de homens, ansioso e se esgueirando do lado de sua mãe para ver quem era apenas conseguiu ver um longo vestido verde cor de esmeralda que saia da carruagem, pois sua mãe o puxou pelo braço.

As escadarias eram longas, Joseph finalmente viu a moça que saíra da carruagem de Sammuel e chegou a esfregar os olhos, ele podia jurar que era Laura, no entanto tentava imaginar quem seria aquela jovem. Ao que foram se aproximando dele ao subir as escadas percebeu que se tratava de Lore, o príncipe mesmo pensava: “Nossa como eu pude ser burro?! Quem mais seria idêntica a minha mulher senão sua irmã gêmea?”.

A vontade de Joseph que havia encarado face a face aquela cujo tirou a vida de seus cavaleiros e seu irmão era imediatamente chamar toda guarda real para que a prendesse só que algo pedia no subconsciente dele que deixasse quieto e esperasse para entender o que estava se passando. Joseph podia notar a felicidade em seu amigo da qual não via há anos enquanto ele subia de braços dados com Lore e ambos sussurravam no ouvido um do outro rindo em seguida, ele notou que aquela jovem estava muitíssimo diferente da que conheceu e claro ele não pretendia acabar seu casamento em meio a uma tragédia.

Apesar de muito nervoso a cada degrau que se aproximava naquele momento seu maior medo era que alguém reconhecesse Lore e fizesse alarde destruindo o casamento que era o que ele mais temia, quando finalmente ambos chegaram até ele e a rainha a cumprimentaram, a mãe de Joseph elogiou a bela dama que mal imaginava quem era e em seguida abraçou e disse que estava com muitas saudades do rechonchudo (como ela chamava Sammuel quando criança).

Talvez por obra do destino naquele momento um velho amigo da rainha a chamou e ela deixou Joseph a sós com o casal, o rapaz puxou o amigo pelo braço e perguntou se ele tinha ideia de que cumbuca estava se metendo, e surpreendendo Joseph ele disse que sabia de tudo, completando em seguida: - Meu caro amigo, ela mudou, Lore irá te provar e espero que ti sejas capaz de perdoar.

Muito receoso com todo aquele papo, mas sabendo que Lore também era o único parente vivo de sua amada resolveu ouvir o que ela tinha a dizer, num ato jamais imaginado pelo príncipe ela o abraçou em meio a lágrimas e pediu perdão, disse ainda que desejava confessar seus crimes ao rei e que sabia que o que fez era impagável, mas que ela daria sua vida de fosse necessário. Havia uma única condição, ela implorou que se aquela fosse sua última noite Joseph tivesse a piedade que ela não teve para com ninguém nos últimos séculos e a deixasse pelo menos ser feliz naquele momento no casamento de sua irmã ao ver o sonho dela se realizar e que gostaria também de poder aproveitar seus últimos instantes ao lado de quem amava.

As palavras sinceras de Lore em meio a um choro profundo no qual o ritmo das batidas de seu coração acompanhava cada sílaba que a jovem dizia mexeu com o rapaz que disse que resolveriam a situação depois de sua lua de mel. Ainda que muito confuso e chegando a ter pena de Lore ele pegou seu lenço e secou as lágrimas que borraram a maquiagem da moça, em seguida pediu que ela fosse ao banheiro se ajeitar e seguisse ao altar com o padrinho para ser a madrinha se ela assim desejasse.

Não havia palavras para agradecer segundo Lore que foi correndo para o banheiro se maquiar, Sammuel ficou um tempo conversando com Joseph e perguntou: - E então meu amigo, Lore conseguiu mudar seu coração? Meio que sem resposta Joseph fez um sinal com a cabeça e os ombros como quem quer dizer “ainda não sei bem”.

Logo o mestre de cerimônias apareceu e pediu para que todos se dirigissem a capela do reino, pois a grande hora se aproximava, Joseph observava a belíssima imagem que todos aqueles vestidos e trajes exuberantes montavam no momento que se misturavam em meio ao jardim enquanto aquelas milhares de pessoas caminhavam para a capela.

A capela ficou lotada, não cabia mais uma alma se quer, tinham centenas de pessoas no jardim, havia ainda pessoas que estavam chegando e ficavam pelo grande salão mesmo, mas logo o padre subiu ao altar e pediu que os padrinhos se alinhassem.

Sammuel subiu junto de Lore e Kathelyn do garoto do estábulo que nem parecia carregar tal título a julgar por seus trajes, era uma imagem digna de se recordar para o resto da vida de qualquer um presente naquele casamento, dois casais que não podiam demonstrar maior felicidade juntos, sendo que uma das madrinhas estava com um barrigão lindo, carregando o fruto de um amor verdadeiro.

O padre então chamou pelo noivo que prontamente subiu ao altar, ele soava frio, como era de costume as noivas sempre demoravam a aparecer, Joseph se lembrou do irmão ao ver em meio a todas aquelas pessoas na capela seus três sobrinhos muito bem vestidos e chegou a escorrer uma lágrima em seu rosto.

Em meio à lembrança de seu irmão veio uma ideia, ele perguntou para o padre se tinha tempo de uma pequena mudança que seria muito significativa para ele e o padre pediu que se apreçasse fosse lá o que ia fazer. Joseph perguntou aos padrinhos quem que estava com as alianças, estava com Sammuel que as entregou para ele que praticamente saltou do altar e correu até os sobrinhos.

As crianças agarraram nele e disseram que estavam muito felizes por sua mãe ter levado eles, Joseph perguntou onde ela estava e as crianças falaram que ela ficou no jardim, pois não queria incomodar. O príncipe entregou as alianças para a sua sobrinha e pediu que ela as levasse quando fosse o momento certo, os garotos perguntaram se eles não teriam nenhuma função, o rapaz riu e pediu que ambos fossem pedir para a mãe entrar na capela e juntos esperassem sua noiva aparecer para carregar o vestido dela.

O padre fez sinal que estava quase na hora e prontamente ele voltou ao altar, o jovem estava muito ansioso para ver a mulher da sua vida subindo ao altar e feliz por ter todos que amava presentes ali. Num sinal da rainha a orquestra começou a tocar a marcha de casamento, ele sabia que a grande hora se aproximava e em meio ao nervosismo Sammuel ainda sussurrou em seu ouvido: - Se prepara!

Foi quando as portas da capela que estavam fechadas se abriram e lá estava Laura no vestido mais belo que todos os reinos já haviam visto, ele era branco como leite e cravejado de diamantes por completo, de braço dado com a donzela que não tinha mais pai estava o rei tão formoso como nunca fora visto.

Em meio aquela música meio que céltica que era tocada Laura e o rei iam andando em pequenos passos em direção ao altar, quando a jovem viu sua irmã e o sorriso no rosto de seu futuro marido, lágrimas escorreram, mas não puderam ser vistas por ninguém, porque o véu e a grinalda cobriam completamente o seu rosto.

O vestido tinha a cauda mais longa que o vestido que qualquer mulher já tivesse usada e os sobrinhos de Joseph vinham carregando-a para não arrastar no chão, as flores que Laura carregava não podiam ser outras a não serem as rosas que possuíam o mesmo cheiro dela.

Quando Laura estava finalmente se aproximando do altar Margary apareceu e após entrar encostou a porta da capela, antes de subir as escadas do altar o rei levantou-lhe o véu e beijou-a a cabeça em seguida desejando tudo de melhor para ela e seu filho, ainda completou: - Tu serás a princesa mais bela já vista em todos os reinos, seja feliz minha filha.

Laura não conseguia conter o choro, o rei então cobriu seu rosto novamente e ela começou a subir as escadas, a moça sabia que cada degrau do qual subia estava mais próxima de seu final feliz, lágrimas escorriam dos olhos de Joseph também assim como de todos os padrinhos.

Joseph estendeu a mão e sua amada segurou sendo guiada até sua frente, o padre pediu que ela a cobrisse com sua capa e assim o fez, em seguida o rei pediu que ambos repetissem seus votos, Laura seria a primeira: “Seja no sol quente numa manhã ou na noite gélida sob a lua, eu juro lhe amar e para sempre ser tua. Dos homens o mais valente tenho comigo, aquele que além de companheiro escolhi para ser meu amigo. Diante de todos os Deuses eu juro ser a melhor esposa que poderei, pois foi a ti que ao meu coração prometi que sempre amarei”.

Em seguida era a vez do rapaz: “Perdido em meio a uma floresta ou no meio do oceano, foi a ti que escolhi como esposa, perante os Deuses digo que te amo. Peço deles a benção de unir meu coração junto do seu, tornando um só, por pior que seja a situação junto de ti desataremos todos os nós. Das donzelas mais belas escolhi a você, tu agora mais que nunca és a razão do meu viver e que os Deuses tenham piedade que eu não esteja vivo no dia em que tu morrer”.

Apesar das palavras serem sempre as mesmas repetidas em todos os casamentos quando um falava para o outro parecia à leitura duma poesia, cada palavra pronunciada exalava uma energia e até para os que se julgavam mais machos uma lágrima escorria, a vibração era tão grande que ali não havia se quer um coração que não sentisse junto dos noivos aquela grande emoção.

Ao fim dos votos o padre pediu para que trocassem as alianças e Joseph estalou os dedos, foi assim que sua sobrinha que aguardava ansiosamente veio saltitante entrega-las, após colocaram um no outro o padre disse que o noivo poderia beijar a noiva. Delicadamente o príncipe levantava o véu da princesa e então ele a beijou, talvez tenha sido o beijo mais lindo já visto em um casamento, mas a atitude do jovem que veio a seguir foi mais linda que qualquer outra.

Joseph se ajoelhou em frente à Laura e beijou sua barriga, todos ficaram muito comovidos vendo aquele pai de primeira viagem tendo aquela surpreendente atitude. De braços dados eles desceram as escadas, seguidos dos padrinhos, as pessoas iam abrindo caminho para passarem até chegarem ao jardim aonde Laura jogaria o buquê como era de tradição.

Apenas as mulheres deveriam se reunir atrás da noiva e assim fizeram, os homens ficaram ao redor apenas observando, Joseph, no entanto não saiu um minuto se quer do lado do seu amor. Quando o rapaz começou a contagem regressiva as mulheres já começaram a se engalfinhar entre si, Lore e Kathelyn estavam meio que afastadas de toda aquela confusão e quando Laura jogou, talvez por obra dos Deuses, ele caiu no colo de Lore que se assustou.

Sua irmã ficou muito feliz quando virou e viu com quem estava, mas a felicidade maior era de Sammuel que conversava com o garoto do estábulo e no mesmo momento ambos falavam de seus casamentos, os dois rapazes estavam até planejando um casamento em conjunto.

Lore correu com as flores na mão até seu amado e pulou em seu colo o beijando em seguida, depois aos poucos todos foram se dirigindo até o grande salão e o rei pediu que o casal brindasse junto dos padrinhos, o brinde foi em conjunto a todos ali presentes, cena linda de se ver. Todos os casais de braços entrelaçados como o príncipe e a princesa e mesmo quem estava só brindava junto da família ou amigos.

Em seguida o rei pediu que o príncipe tirasse a princesa para a primeira dança, as pessoas foram formando um grande circulo em volta do casal, após curvar-se para cumprimentar a princesa e ela fez o mesmo em seguida, uma belíssima música céltica começou a ser tocada assim que ambos se juntaram.

A melodia era belíssima e ao compasso da música o príncipe ia levando a princesa, após algum tempo dançando o rei permitiu que todos que quisessem participassem da dança. Os padrinhos foram os primeiros, mas como o destino adorava surpreender a todos um belíssimo corsário primo de Joseph tirou Penélope que estava quietinha num canto apenas observando para dançar, a moça abriu um sorriso de canto a canto, afinal seu maior sonho estava se realizando.

Como era o costume a cada quatro voltas os casais trocavam suas parceiras, Joseph sentiu-se muitíssimo honrado ao tirar Penélope para dançar, a jovem agradecia no pé de seu ouvido enquanto ia ao embalo da música. Ao passar a moça para o próximo adivinhe só quem foi que veio dançar com o príncipe...

Lore foi à sorteada da vez, e no mesmo instante em que a mão de Joseph segurou a dela uma nova música começou a tocar, e não era uma música qualquer, era a música mais longa do repertório de valsas. O príncipe estava com muitos sentimentos aflorados naquele momento e preferiu não abrir a boca antes que falasse alguma baboseira, mas ao colocar a mão na cintura de sua cunhada ela se aproximou de seu ouvido como quem já queria dizer algo.

Antes que a moça dissesse uma sílaba se quer o rapaz já falou em seu ouvido: - Lore não, por favor, não, não diga nada. Deixemos para resolver depois da minha lua de mel que será mais um descanso na realidade como eu já havia lhe pedido.

Após um sinal de consentimento com a cabeça vindo da jovem o profundo silêncio procedeu até o final da dança que enceraria o momento das valsas, assim já dada por encerrada era a grande hora em que o príncipe se despedia junto da princesa de seus convidados e entravam na carruagem rumo á fazenda no campo de sua família aonde teriam nove dias para aproveitar da companhia um do outro.
[...]

Os 7 contos - A História de Amor (Parte X)


[...]

O jovem que observava tudo meio que boquiaberto sem demonstrar sinais físicos de desapontamento ou qualquer outro sentimento ao ver que ela acabou abraçou-a e Lore aproveitou e disse-lhe ao pé de seu ouvido naquele momento: - Sam, eu sei que é de mais tudo que lhe contei, mas meus sentimentos por você são verdadeiros e independentes da decisão que tomar sobre nós eu vou aceitar, porém meu coração sempre há de te amar.

Depois de um tempo abraçando-a, ele que juntava todas aquelas informações na cabeça segurou-a pelos braços e então a beijou, em seguida olhou em seus olhos e completou o que sua atitude já havia demonstrado: - Ó minha amada, sei dos infortúnios de teu passado, compreendo também que se arrependes de tudo que fizeste de errado. Que homem nunca pecou? Eu não tenho do que lhe perdoar, mas como um bom marido que pretendo ser ei de te amar e todos os fantasmas do passado ajudar-te a espantar.

Ela o abraçou novamente e ele a pegou no colo e levou para o quarto, logo que eles adentraram ela colocou-a suavemente sobre a cama, em meio aos beijos e abraços ela delicadamente foi despindo-a até que juntos tiveram a maior noite de amor em suas vidas, Sammuel foi delicado a todo instante e procurou primeiramente satisfazê-la. Ao contrário do que o rapaz vivia com as “mulheres da vida” naquele momento em que faziam amor o sentimento de querer estar dentro um do outro era mútuo e puro.

Mas voltando a falar do outro casal, mas especificamente sobre Laura... A jovem começou a sentir algumas dores enquanto andava de carruagem com a rainha, a mãe de Joseph logo percebeu que em algumas semanas o principezinho chegaria e junto a jovem rezava para que o jovem conseguisse voltar a tempo para seu casamento.

Vendo que Laura estava cansada a rainha resolveu voltar para casa para fazerem algo menos desgastante para ambas, elas foram nomear todos os convites e claro que no meio deles havia um pra Sammuel, a rainha também pediu que a jovem convidasse todos que quisesse, mas a jovem de fato não tinha ninguém fora à irmã da qual não sabia o paradeiro e sua nova família.

Enquanto a rainha escrevia para todos que já conheceu na vida e até para aqueles que só ouviu falar Laura teve uma ideia da qual na sabia se agradaria muito o marido, porém prosseguiu com ela da mesma forma. A brilhante ideia da donzela era mandar um convite para a família de Joseph IV e assim o fez mesmo com medo da reação do marido ao saber algo dentro dela pedia para que o fizesse.

As coisas estavam um pouco “chatas” pelo reino e melosas com o novo casal, só que para Joseph aventuras estavam por vir, grandes aventuras...

Logo que amanheceu Joseph partiu viagem de volta ao castelo, cavalgou por horas até chegar à ponte que o levaria ao bosque que dava direto a uma vila próxima o reino por onde foi quando prosseguiu viagem, mas como as coisas sempre se tornavam surpreendentes e eram imprevisíveis adivinhem só o que aconteceu: A ponte estava quebrada, sem explicação alguma e nem avisos à única escolha para o rapaz que seria a forma mais rápida de voltar para casa a tempo era voltar um pedaço e seguir pela praia das sereias.

No retorno do príncipe para ir pelo outro caminho ele encontrou com um senhor que estava tentando colocar a roda de volta na carroça que havia se soltado, mesmo estando ficando escuro o jovem não podia deixar de ajudar, afinal Joseph já tinha se decidido acampar na praia mesmo. Não foi muito difícil para o rapaz consertar a carroça com todos os músculos que possuía, muito grato o senhor que jamais iria conseguir sozinho ofereceu alguns pães, queijo, leite e frios para o jovem que estava faminto e sem comida.

Joseph aproveitou para perguntar se ele sabia por qual razão a ponte estava quebrada já que parecia que ele vinha do mesmo caminho, o senhor contou que quando estava prestes a atravessar com sua carroça para levar aqueles alimentos para um mercadinho na vila passaram alguns rapazes mal encarados correndo em seus cavalos que ficaram fazendo graça sobre a ponte que quebrou, ele conseguiu puxar a carroça e arrasta-la até aquele ponto com a roda rachada antes que ela quebrasse de vez e ele pudesse troca-la.

Meio espantado com aquela história Joseph perguntou dos rapazes mesmo desaprovando a atitude deles e o senhor disse que todos conseguiram escapar a tempo, exceto o baderneiro que causou toda bagunça e confusão, o cavalo negro que ele montava assuntou-se no momento em que a ponte se despedaçava e levantou-se jogando o moço desfiladeiro abaixo, por sorte o cavalo correu e se salvou.

O príncipe agradeceu a informação, pegou a comida e partiu para a praia que só era perigosa para os piratas e marujos segundo as histórias, já passava a hora grande quando Joseph finalmente conseguiu terminar de armar sua barraca e finalmente sentou-se para alimentar-se.

Enquanto desfrutava de alguns sanduíches que preparou ele ouviu uma moça chamar pedindo por ajuda, ele que conhecia bem os contos das sereias desde pequeno pelas histórias que seu tio materno que fora um corsário lhe contava e encantava quando criança não ousou sair da barraca.

Passado algum tempo e tendo terminado de comer a jovem ainda não havia parado de gritar implorando por ajuda, mesmo que desconfiado ele ouvira falar que sereias não eram insistentes ao serem ignoradas então saiu para ver do que se tratava. A praia era um lugar muito frequentado por todos os tipos de navegantes, haviam muitos barcos ancorados na praia, canoas de pesca e um enorme navio um pouco mais a frente na praia de onde Joseph estava.

Quando colocou a cabeça para fora ele viu uma moça nua na beira do mar caída, mas estava escuro demais para conseguir ver mais detalhes, o príncipe saiu da barraca, ateou fogo numa tocha improvisada na fogueira e seguiu até a jovem. Ao que ia se aproximando viu pernas, ficando assim mais seguro sendo sabido que sereias possuíam caldas, era uma moça linda de longos cabelos negros que refletiam a luz do luar e olhos azuis como o mar naquela noite.

A teoria de Joseph para aquela situação da qual a moça se encontrava era que algum pirata tivesse abusado dela e jogado-a ali depois, ao que fora se aproximando ela foi aos poucos voltando suas pernas para dentro do mar e transformando-o em calda novamente, antes que o rapaz pudesse se dar conta da cilada que estava se metendo ela começou a cantar e encanta-lo.

Joseph jogou a tocha no chão e seguia cegamente em direção a ela, quando chegou bem perto dela já envolto aquele maldito encantamento da sereia em que poucos homens sobreviveram para contar histórias sentou-se ao lado dela na beira da água, mas quem na realidade o jovem via era Laura. A sereia que provavelmente estava faminta lambia os lábios ao se aproximar do príncipe, não demorou a que seus braços envolvessem o jovem que já estava com o traseiro todo molhado sentado à beira-mar.

O rapaz fechou os olhos, fez um biquinho e enquanto ia se aproximando da sereia para beija-la ouviu como se estivesse bem distante uma voz que dizia: - Sai, sai daí. Só que nem deu atenção, mas logo uma mão pegou em seu ombro e jogou-o na areia, tacou uma tocha na sereia que mostrou seus dentes e saiu nadando para o fundo do mar.

Atordoado ele dizia: - Laura, Laura meu amor cadê você? E a belíssima jovem que salvou ele deu um tabefe em sua face e que lhe assustou fazendo-o cair em si. Perguntou então o que aquela moça estava fazendo em cima dele, Penélope, cujo era seu nome, disse que havia acabado de salvá-lo, confuso ele queria saber onde estava aquela moça em apuros.

A jovem saiu de cima dele e sentou-se ao seu lado ajudando-o a sentar-se também, explicou em seguida que se tratava de uma sereia, Joseph ficou bastante espantado e não sabia nem como agradecê-la por salvar sua vida. Penélope falou que era filha de um dos maiores piratas cujo nome já fora contado em histórias e não tinha muito que não tivesse.

Joseph ofereceu um emprego de corsário para ela que rejeitou e disse que gostava de carregar o legado que seu pai deixou, mas que se o príncipe quisesse ela aceitaria passar uma noite com ele, afinal ela era belíssima e não existiam muitos marinheiros bonitos. O rapaz riu, e contou que estava para se casar, na realidade estava até atrasado para o casamento que aconteceria na noite daquele dia que estava quase começando e Penélope esperta como um pirata havia de ser fez um acordo com ele, o levaria imediatamente em seu navio para o porto real se ele deixasse que ela e seus homens participassem da festa.

Claro que Joseph aceitou, porque novamente ela iria ajuda-lo e não tinha jeito melhor de retribuir por sua vida, quem sabe a moça não encontrava alguém que a fizesse largar da pirataria, o que parecia ser difícil com aquela cabeça dura, mas não impossível. Ela ajudou-o a guardar suas coisas e depois subiram naquele gigante navio que parecia saído de um conto de fadas, a capitã então ordenou que seus marujos seguissem viagem, não demorou muito para chegarem ao porto real.

Durante a viagem Penélope contou que apesar de ter estado em todos os lugares no mundo provavelmente pouco viveu em terra, seu maior sonho sempre foi ir a um baile real cujo ouvira em histórias contadas por seu pai, mas ela não tinha lá muito a delicadeza duma dama e nem se quer roupas apropriadas. Ela também perguntou se o rapaz não se importava que ela e seus homens fossem vestidos com o que possuíam, Joseph pediu para que ela não se preocupasse com nada, ele iria arrumar roupas para ela e toda sua tripulação.

Ao ancorarem dezenas de guardas vieram bloquear a descida de todos no navio, mas Joseph apareceu e disse que estavam com ele, Penélope e todos seus 87 homens seguiram com Joseph ao castelo e ao antes mesmo de chegarem à sala do trono já se podia sentir o cheiro de peixe de longe.

Ouviu-se o rei gritando e perguntando se algum pirata havia invadido o palácio e antes de obter uma resposta apareceu Joseph e toda trupe, seu pai espantou-se ao ver tanta gente e como não perdia uma piada disse que eles tinham chegado um pouco cedo para o casamento.

O príncipe logo cortou a brincadeira e falou toda a história para o pai; enquanto falava Laura e a rainha que ouviram todo aquele falatório vieram correndo por meio daqueles marinheiros, a donzela pulou em meio aos braços de Joseph interrompendo-o e beijando-o.

Penélope deu uma risada e disse: - Ah, aí esta a bela donzela, esta explicado, nem eu me trocaria por ela. Sem entender Laura deu uma risadinha, a rainha perguntou que bagunça era aquela e o jovem retomou toda história para a mãe e o pai que pareceu não ter prestado muito atenção no que ele havia falado, parecia que ele só observava com medo todos aqueles homens.

A rainha muito bondosa como sempre fora pediu que os mordomos acomodassem todos eles em alguns quartos no castelo que possuía muitos e que levassem roupas adequadas para que todos participassem do baile, mas fez um adentro que encontrassem o mais belo vestido para aquela que salvou a vida de seu menino.

Todos ficaram muitíssimo gratos, felizes também por tomar um banho de verdade e ganharem roupas de gala, mas quem mais ficou grata foi Penélope que logo foi levada a um quarto só para ela. Laura foi pega pela mão pela rainha que pediu que o casal de despedisse, pois ela tinha que se arrumar para o casamento e ele também, eles se beijaram e rapidamente a donzela disse no ouvido dele que convidou a família do irmão, antes que Joseph pudesse esboçar qualquer tipo de resposta foi levada.

Por incrível que pareça Joseph não se importou muito com a notícia, ele ficou feliz, mas estava tão em êxtase com aquela história toda do casamento que ficou parado com um sorriso na cara que nem bobo. Seu pai levantou-se e colocando a mão por cima de seus ombros foi caminhando com ele, o rei perguntou se ele estava feliz e ele disse que não poderia estar mais feliz, a não ser que seu irmão estivesse presente.

Uma lágrima escorreu dos olhos de seu pai que Joseph nunca o vira chorar e ele disse: - Ah meu filho, como eu gostaria que seu irmão tivesse deixado um pouquinho daquele jeito dele em alguma criança para alegrar nosso reino junto de vós. Pronto, foi à oportunidade que o rapaz esperava para falar da família de seu irmão.

Joseph não pensou muito e nem relutou ao contar a história da família de seu irmão para o pai que apesar de assombrado com aquela bomba que o filho jogou disse: - Tu não poderias me dar felicidade maior no dia de hoje depois de teu casamento, mas mesmo assim o fizeste. Logo que eles chegarem eu farei com que fiquem, mas agora meu filho, quero que saibas que independente do problema ou tormento me conte, sou seu pai e vou lhe ajudar sem julgar.

Parecia que a ida de Laura para o castelo mudou muitas coisas, o rei seguiu para seus aposentos e Joseph para o seu com suas tralhas de viagem. O rapaz foi desmontando as malas e achou a rosa que havia levado consigo, mas ela novamente estava morta, só que o rapaz invés de joga-la a guardou dentro de um livro como lembrança.

O príncipe arrumou as coisas, foi tomar um banho e depois vestir-se para o seu casamento, sua roupa era linda, tão linda como nunca havia visto outra na vida. Já era início de noite e carruagens não paravam de chegar, se Joseph havia achado o último baile badalado esse veio para romper todas as barreiras e pra ser o maior baile de todo século, afinal seus pais capricharam porque não teriam mais filhos para casar.

Logo que adentrou o grande salão Joseph viu Penélope que estava linda, seu vestido dourado ofuscava todos outros, a ansiedade era enorme, ele não veria Laura até a hora do altar, então foi junto de sua mãe que apareceu em seguida recepcionar os convidados. Ele perguntou para sua mãe onde estava seu pai, afinal era papel dele, mas a rainha desconversou e disse que estava resolvendo outras coisas, em seguida perguntou com quem Laura estava e a rainha disse que com as amas.

Como já havia contado para o pai era hora de contar tudo para mãe entre um tempinho e outro que encontrava antes que os convidados descessem das carruagens e subisse às escadarias, ele estava com medo de sua mãe ter um infarto com a notícia, mas se o rei havia reagido bem não tinha porque de ser diferente com ela.
[...]

Os 7 contos - A História de Amor (Parte IX)


[...]

Quão grande foi o espanto e susto do príncipe ao ver o dono daquele arco-íris, criatura mais estranha e bizarra, um duende loiro de cabelos pela cintura, uma boca gigante, saltos mais largos que os pés dele e uma espécie de barbicha. Joseph acelerou o passo e contou quatro arco-íris, depois se dirigiu ao que imaginava ser o arco-íris do travesso, tinha de ser aquele, havia papel higiênico envolto no arco-íris todo, confeitos de festa pelo chão, centenas de pegadinhas e almofadas de pum espalhados.

Um garotinho ruivo com boné para trás e sobre uma prancha com quatro rodas desceu pelo arco-íris e perguntou: - Tio quem o senhor ta procurando? E Joseph falou, o garotinho apontou para o seu vizinho e falou que se tratava dele, antes que o príncipe se movesse o garotinho duende estendeu a mão para despedir-se do jovem e adivinhem só o que o travesso fez, ele usou uma espécie de campainha que deu um choque em Joseph.

Desconsertado com a situação e vendo que era só uma criança o príncipe seu um sorriso meio que falso e voltou a seguir seu caminho, não entendeu bem qual era a do sapeca, haviam algumas meretrizes adormecidas aos pés de seu arco-íris, algumas garrafas de champanhe, tinham até camisinhas espalhadas pelo arco-íris. Logo o rapaz entendeu qual era o sentido de sapeca, e não demorou muito para que um duende vestido num roupão vermelho com correntes e anéis de ouro aparecesse.

Que cabelo interessante aquele baixinho barbudo tinha, no entanto o príncipe havia encontrado o que procurava e não demorou a falar que estava ali somente para devolver a moeda, o sapeca disse que talvez ele fosse o terceiro homem que devolvia uma moeda sua em toda sua história como dono daquele arco-íris.

Normalmente as pessoas gostavam de guarda-las como amuletos e tornava-se um objeto ainda mais inestimável quando se descobria sua real função, o duende perguntou aonde o rapaz a achou e porque estava devolvendo. Completamente diferente do que aparentava ser o Tuomas era culto, inteligente e muito educado, ele convidou o príncipe para sua salinha pra um chá onde passaram boas horas conversando sobre a história da moeda.

Já estava escurecendo e Joseph precisava seguir viagem para voltar ao castelo a tempo de seu casamento, antes de partir o duende disse que pela sua nobreza ele merecia um presente, só havia um porem; o sapeca podia apenas dar bens materiais como dinheiro ou mulheres. O príncipe não pensou muito, pediu para que o sapeca desse dinheiro a família de seu irmão que vivia no Vale das Fadas, claro que o duende aceitou de bom grado e numa batida de palmas disse que assim o fez.

O rapaz podia apenas confiar na palavra dele e aguardar notícias de Margary, ele se despediu daquele baixinho com um abraço e partiu viagem rumo ao castelo. Como estava enoitecendo logo Joseph fez uma parada para descansar, mas logo que o sol ameaçasse sair ele iria partir para casa pros braços de sua amada e seu filho que logo estaria em suas mãos.

Ao entrelace do dia de Joseph a rainha super bem recepcionou Laura no amanhecer deste mesmo dia, ela pediu que lhe preparassem um café da manhã farto e depois foi com a moça escolher pessoalmente a decoração do casamento, provar os doces e fazer os ajustes necessários em seu vestido de noiva do qual fazia questão que a jovem se casasse com seu filho.

Laura não podia estar mais honrada com toda situação, ainda mais quando a rainha pediu para que lhe chamasse de mãe, lágrimas escorriam do rosto da moça que foi amparada e acompanhada durante todo seu dia pela realeza, mãe de seu amado e avó de seu filho.

Esse mesmo dia não parou por aí, ele correu igualmente pra todos ao mesmo tempo, e como ele voou para Joseph e Laura não fora diferente para Lore, logo que o sol nasceu Sammuel acordou de ressaca, ele mal se lembrava da noite anterior e quando viu uma mulher deitada em seu tórax imaginou que fosse alguma “mulher da vida”. Algo curioso aconteceu quando ele olhou para ela, invés de acorda-la como de costume fazia com as meretrizes e pagá-la para ir embora ficou admirando-a e passando as mãos em seus cabelos delicadamente para não acorda-la.

Por alguma estranha razão que talvez só o destino entendesse Lore era quase que idêntica à falecida esposa de Sammuel, ele mal se mexeu na cama para não incomoda-la em seu sono profundo, e cada minuto que passava ele aproveitava para sentir o calor do corpo dela junto do seu.

A tarde já havia começado quando Lore acordou e deu-se conta que tinha dormido, o jovem fingiu que dormia quando ela olhou para seu rosto, ela disfarçou, levantou-se, foi ao banheiro se arrumar e depois preparou uma refeição para ela e Sammuel. Sammuel levantou quando sentiu o cheiro delicioso do que a moça preparava, ele não sabia que ela era a bruxa, tão pouco quem era.

Depois de se arrumar ele chegou de mansinho na cozinha e sentou-se na cadeira da mesa apenas a observando, Sammuel sempre gostou de mulheres mais velhas e Lore apesar de não muito bonita de rosto pelos efeitos de uso excessivo de magia negra tinha um corpo invejável até pra sua irmã. A bruxa não era boba e sabia que estava sendo observada, mas nem se importou, depois ela o serviu e sentou com o jovem ele na mesa, eles bateram altos papos por horas a fio.

Demorou um tempo com conversas jogadas fora para que Sammuel perguntasse quem ela era, porém quando ele perguntou invés dela seguir com o plano ela disse quase que completamente a verdade, na realidade ela contou toda sua história do seu ponto de vista e omitiu as partes sobre ser a bruxa procurada e o uso de magia negra.

Sammuel fascinou-se com a história dela, ele era meio sem jeito com mulheres quando estava sóbrio e acabou comentando em meio a um riso que pensou que ela fosse uma meretriz ou alguma mulher interesseira, Lore imediatamente disse que não, que ela estava indo para casa de uma amiga quando o encontrou sem condições para que fosse sozinho para casa e então resolveu ajuda-lo.

O rapaz disse que ela não precisava ter se preocupado, ele sabia bem o caminho de casa quando estava bêbado e que ela já não precisava mais cuidar dele, afinal a amiga dela deveria estar preocupada. Numa desculpa mais que esfarrapada a moça disse que enquanto ele dormia mais cedo ela foi até a amiga entregar um perfume que ela havia pedido e depois voltou.

Ele não era tão bobo assim, sabia bem que ela tinha dormido e dali não saíra, mas o porquê dela estar mentindo e o que estava escondendo ele não fazia a menor ideia, logo após terminarem a refeição Lore fez questão de lavar toda a louça e ainda teve a ousadia de perguntar para o rapaz se poderia passar aquela noite na casa dele alegando que vivia um pouco longe para prosseguir viagem sozinha a noite de volta.

Em meio aos encantos de Lore que nunca foram notados por nenhum outro homem, afinal das contas ela nunca havia mostrado esse seu outro lado a ninguém, Sammuel nem cogitou de leva-la embora, ele disse que ela poderia ficar e que ele dormiria no sofá para ela ficar no conforto da cama.

O amor estava começando a surgir naqueles jovens que tiveram seus corações partidos por obras dos Deuses, Lore sorria pela primeira vez em muitos anos, ela de fato desistiu de mata-lo e por alguma misteriosa razão que muitos julgam ser obra do amor verdadeiro aquela maldade de dentro da bruxinha estava completamente fora dela naquele momento.

Sammuel saiu para pegar um pouco de lenha para ascender à noite, como já estava chegando o inverno cada noite ficaria cada vez mais fria, dia após dia, Lore pediu para acompanha-lo e juntos seguiram ao fundo da casa dele, lá ela observou os musculosos braços dele em ação. Depois eles seguiram para dentro de casa, distraída com o rapaz Lore levou um escorregão numa fossa de lama pertinho da porta, Sammuel largou as lenhas para lhe segurar e acabou tropeçando e caindo junto.

Ambos riram muito, estavam completamente enlameados e já estava entardecendo, ele levantou-se e depois a ajudou, ele pediu para que ela tomasse banho primeiro pra que não ficasse doente e disse que tinha algumas roupas de sua falecida esposa guardada no quartinho dos fundos e iria busca-las para ver se serviriam para ela.

Lore que estava morrendo de frio com aqueles trapos que vestia não negou de ser a primeira, Sammuel colocou as lenhas na fogueira e ascendeu, depois foi ao quartinho pegar as roupas que estavam numa sacola, não era muito, mas eram algumas roupas de momentos muito especiais que passaram juntos. Ao mesmo tempo em que ele cogitou a possibilidade de chorar sentiu uma estranha alegria por ter aquela jovem ali com ele.

Ao chegar à porta do banheiro ele bateu e disse que deixaria as roupas no quarto, mas a moça pediu que ele entrasse e deixasse ali mesmo, receoso mais doido pra vê-la entrou meio que tapando os olhos com as palmas das mãos deixando sobre o vaso sanitário. Lore deu uma risadinha e disse que ele não precisava se preocupar, mas logo ele saiu do banheiro, depois Lore se vestiu e foi direto para o quarto arrumar o cabelo.

O jovem saiu da sala quando ouviu a porta do quarto fechar, foi tomar seu banho e se trocar, em seguida ele foi para sala e sentou-se em frente à lareira aquecendo-se naquele frio terrível que fazia naquela noite. Lore finalmente saiu do quarto e quando Sammuel a viu era como se fosse o fantasma de sua mulher, sem reação ele apenar observou o caminhar daquela donzela de longos cabelos e super bem perfumada que se sentou ao seu lado.

Eles conversaram por algumas horas sobre diversos assuntos, quando Sammuel finalmente resolveu tocar no assunto de sua esposa Lore pegou nas mãos tremulas e gélidas do rapaz, depois que ele contou a história uma lágrima escorreu de seu rosto e ela e ele se encararam por alguns segundos. Quando Lore finalmente limpou a lágrima com sua mão o rapaz pegou no rosto dela e foi se aproximando.

Lore de fato estava meio que sem reação com toda aquela situação, ao que o rapaz ia se aproximando ela colocou suas mãos em volta do pescoço dele e fechou seus olhos, não demorou quase nada para que seus lábios se tocassem. A moça que havia beijado apenas um rapaz em toda sua vida que julgara ser se amor verdadeiro estava prestes a vivenciar uma experiência nunca antes vivida, uma sensação nunca antes sentida e não era diferente para Sammuel que amou apenas uma pessoa em toda sua vida até aquele momento.

Quando os lábios de ambos se tocaram e eles se finalmente se beijaram algo mágico e inesperado aconteceu, toda aquela raiva, rancor e tudo de ruim de existia dentro de Lore assim como toda tristeza, sofrimento e mágoa que havia no coração de Sammuel dissipou-se. Como muitos sabem um beijo de amor verdadeiro quebra até os maios poderosos feitiços, mas surpreendentemente ele curou também aquelas almas que vinham sofrendo de maneiras diferentes por anos a fio.

Sammuel que até então via um retrato de sua esposa em Lore passou a ver a mulher que realmente ela era, aquele aspecto de alguns aninhos a mais que ela possuía sumiram, ele foi envolvendo-a em seus braços e pouco a pouco deitando no sofá. O mais novo casal vivenciara a mágica do amor verdadeiro, o rapaz sentiu naquele instante que apesar de ter amado muito sua falecida esposa seu verdadeiro amor a quem estava destinado era Lore.

Ele recordou-se de quando era menino ainda e após fugir das aulas com Joseph encontraram com uma cigana no meio de um bosque, ela era uma mulher um tanto quanto misteriosa, com saia longa e rendada, brincos, pulseiras, colares e anéis dourados e uma espécie de turbante na cabeça e uma bola de cristal na mão ela ofereceu ver o futuro dos garotos por uma moeda de prata.

Joseph que vivia com os bolsos cheios deu cinco moedas pra ela e pediu que não contasse nada para o rei, a cigana muito grata com aquela atitude de uma criança disse para eles que no futuro eles seriam tão unidos quanto eram e que duas mulheres ruivas iriam unir eles após uma boba separação por meio de uma trama eterna na qual nem a mais poderosa força negra destruiria aquela pura amizade.

Sammuel que teve essa recordação em meio aos amassos com Lore ficou se questionando se a moça possuía uma irmã, quem sabe ele poderia apresenta-la para o príncipe e fazê-lo tão feliz quanto estava sendo, Lore levantou-se do sofá ao perceber que ele estava meio disperso, pegou-o pela mão e disse: - Querido, vamos para o quarto. Ele sentou-se e antes de levantar ainda segurando na mão dela disse que queria fazer uma pergunta e contar algo que havia lembrado.

Lore sentou-se ao seu lado com um pouco de receio, ele prosseguiu contando à história que havia recordado para ela que ficou fascinada, afinal sabia de Laura e Joseph, depois veio à pergunta se ela tinha alguma irmã para apresentar para o seu melhor amigo, em meio a um sorriso e sendo tão sincera como nunca antes fora com ninguém Lore contou-lhe de sua irmã e do relacionamento dela com o príncipe.

Fascinado com tudo aquilo, porém um pouco confuso com algumas lacunas deixadas em meio às histórias contadas por sua amada Sammuel levantou-se e agora ele que puxava a jovem pela mão, mas Lore estava muito preocupada com as omissões que vinha fazendo a ele, sem pensar muito em que consequências poderia haver e agindo puramente envolta ao amor e impulso puxou-lhe de volta ao sofá.

Ao sentar-se o jovem ficou meio preocupado pela cara dela, Lore perguntou se havia alguma duvida sobre ela e as histórias que ela havia contado para ele, Sammuel não hesitou em dizer que parecia sim haver alguns buracos. A moça engoliu saliva, apertou a mão dele, deu uma espremida nos olhos e prosseguiu: - Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, sei também que o que posso te contar agora pode acabar com toda essa magia que esta nos envolvendo e encantando, mas eu tenho que dizer que não venho sendo totalmente sincera com você e quero abrir completamente meu coração antes de assumirmos algo sério.

Sammuel sentou-se virado para a jovem, segurou as mãos delas e disse que por pior que fosse ele estaria com ela e juntos superariam qualquer problema, o passado tinha que ficar aonde pertence, mas ele estava ali disposto a ouvi-la desabafar independente do que ela tinha a contar.

Apesar de estar com um extremo medo de estragar tudo o subconsciente dela estava cobrando que começasse um relacionamento na base da sinceridade, afinal se você constrói um castelo de baralhos sem nada para juntar as cartas na primeira brisa ela desaba e isso era tudo que ela não queria. Já que havia começado tinha de continuar, Lore tremia e gaguejava ao falar, no entanto de pouquinho em pouquinho ela conseguiu ao decorrer de algumas horas, contar toda a sua história de vida novamente para Sammuel sem omitir nenhum fato ou mentir sobre nada.
[...]

Os 7 contos - A História de Amor (Parte VIII)


[...]

A viagem transcorreu tranquilamente em todo seu trajeto, Joseph parou com a carroça e os cavalos para descansar apenas um dia numa floresta, porque Laura conhecia alguns atalhos que os facilitaram o caminho e os levou mais rápido para o reino.

Quando estavam se aproximando dos portões do castelo Joseph acordou sua amada, ele estava com medo da reação de seus pais, mas estava ansioso também com toda aquela situação.

Ao adentrem as muralhas do castelo Joseph foi cumprimentado pelos guardas e antes de chegar à porta do castelo estava tremendo, os olhos de Laura brilhavam ao deslumbrar tanta beleza dum lugar em paz. O jovem desceu do cavalo, ajudou sua mulher a descer e de mãos dadas caminharam até a porta que não havia ninguém esperando por eles, até porque chegaram uns três dias antes do planejado, abriram a porta e seguiram até a sala do trono onde estaria seu pai e sua mãe.

Logo que juntos adentraram a sala do trono a rainha levantou-se e foi correndo na direção de Joseph para abraça-lo, no entanto o rei apenas observava seu filho que estava até que bem cuidado, apesar de suas roupas estarem uns trapos e contemplava a beleza de Laura.

A mãe queria saber tudo sobre seu filho falecido, fazia centenas de perguntas, mas o príncipe interrompeu sua mãe para lhe apresentar formalmente sua noiva. Ao contrário do que ele temia ambos foram muito receptivos, a rainha que possuía um sorriso de canto a canto em seu rosto ao ver seu caçula bem e sua nora grávida pediu que eles fossem tomar um banho e se vestir para um banquete, informou também a eles que ela já havia mandado a costureira real fazer um belo vestido para jovem e vestes adequadas para seu filho e ambos se encontravam nos aposentos do rapaz.

O casal foi de mãos dadas, sorridente, entre risos e sussurros no ouvido até o quarto, Joseph não podia estar mais feliz naquele momento depois de tudo que passara. Quando entrou no quarto o jovem notou que muitas coisas estavam diferentes, a rainha havia feito uma reforma geral para recebê-los que ia desde uma nova pintura até um cantinho para o bebe.

Joseph não se importou nem um pouco, pois isso demonstrava a afeição de seus pais para com aquela que ele escolheu para ter ao seu lado e seu filho, os jovens tomaram um bom banho que lhes foi preparado e em seguida vestiram-se. O rapaz nunca havia visto sua amada tão bela, não que esta não fosse afinal ela possuía de uma beleza fora do comum, mas quando seu longo cabelo ruivo refletiu a luz e ele notou que o tom de seus eram compatíveis com a cor do belíssimo vestido feito sobre medida para ela a jovem apresentava-se como a mais perfeita princesa já vista.

Dirigiram-se ao banquete aonde se esbaldaram de comer e colocaram todos os assuntos em dia com o rei e a rainha, não demorou muito para que o rei demonstrasse sua admiração pela beleza de sua nora que com muita classe agradeceu. A rainha ficou encantada com a história de amor deles e chorou bastante quando ouviu a história de seu filho que morreu bravamente para salvar o irmão.

Em meio às conversas o rei perguntou a qual família Laura pertencia e qual era sua história, a moça não hesitou em contar e foi em meio a ela que surgiu aquela resposta que Joseph buscara anteriormente, por qual razão seu pai havia criado um interesse súbito na captura da bruxa. Lore que por muitos anos carregava outro nome como foi contado por Laura deixou-se ser reconhecia novamente por seu real nome quando seu plano estava chegando ao final e foi quando o rei que se mantinha neutro ao assunto para proteção de seus filhos desde a gravidez de sua esposa lembrou-se de uma antiga história de família que o fez acordar para ajudar o seu povo, porém envolto a uma vingança pessoal.

Há três séculos seu tataravô Briant Arthuro que fora rei e sucessor do trono, pois a filha do meio era uma mulher e seu irmão mais velho veio falecer escreveu um pedido de vingança num pedaço de pergaminho que passa de geração em geração pela família Arthuro. Junto a esse pedido ele explicava a razão, Felício Arthuro VIII havia se apaixonado e se envolvido com uma jovem chamada Lore Earnshaw.

A moça que tinha apenas 16 anos caiu no encanto do príncipe galanteador que era um mulherengo, segundo a própria jovem ela perdera sua virgindade com ele, porém depois de usar dela o quanto quis apesar deles se entenderem mais do que bem o rapaz largou dela e casou-se com sua esposa arranjada por dinheiro.

A jovem que se revoltou fez um feitiço alguns anos depois para a esposa dele que adoeceu e faleceu antes de conseguir dar a luz ao bebe que esperava, em seguida ela foi procurar por ele e pedir que se casassem, contou que foi a responsável pela morte deles e que se ele não fosse dela não seria de ninguém. Para infelicidade de Lore o príncipe já tinha se apaixonado pela sua mulher, ele tentou partir para cima dela, mas como não era nada boba a bruxa pegou uma faca da cintura e apunhalou-o no coração.

Algumas horas depois sendo notado o sumiço do príncipe sucessor numa reunião do conselho seu irmão Briant foi procura-lo e encontrou-o morto e ensanguentado no colo de uma mulher que ao vê-lo levantou-se e antes de partir disse: - Meu nome é Laura Earnshaw, anote bem esse nome porque eu vou vingar-me de todos os homens desse reino, de todos outros e do mundo todo.

Laura que ouvia a história e prestava atenção nos mínimos detalhes logo compreendeu qual foi à razão do envolvimento com magia negra de sua irmã na adolescência, agora tudo fazia sentido, Lore teve seu coração partido e queria que todos tivessem também, usando disso como motivação para querer dominar tudo na companhia de seu ajudante que possuiria o sangue daquele que um dia amou.

Lore teve sua aparência modificada assim como seu coração pelo abuso do uso de magia das trevas, ela aparentava ser bem mais velha do que realmente era, tanto que Joseph achou que pudesse ser a mãe de Laura quando viu o retrato, mas Laura teve a louca ideia de tentar explicar as coisas pra irmã e pedir por paz.

Claro que o rei assim como a rainha e Joseph não aceitaram, a proposta era deixar que a bruxa tentasse invadir o castelo um dia como era esperado para ser finalmente capturada, enquanto isso todos viveriam em paz ali no reino.

O príncipe comentou com seus pais que sairia para resolver algumas pendências por alguns dias, pediu para que sua mãe cuidasse de Laura e disse que logo cedo partiria para entregar os pertences dos cavaleiros a suas famílias e depois sairia em sua jornada.

Ele também lembrou e pediu para que seu pai pedisse para alguém buscar as coisas de seu irmão que estavam na carroça, depois se retirou com Laura para os aposentos. Ao chegarem lá entre beijos e abraços o casal se trocou para dormir e deitou-se logo em seguida, quando Joseph foi apagar a vela de sua cabeceira viu a rosa que tinha ganhado de Laura murcha, ele pegou-a na mão e mostrou para sua amada que passou a mão sobre a flor e devolveu-a vida imediatamente, mas a jovem só a ressuscitou para que Joseph a levasse com ele em sua viagem.

No dia seguinte o príncipe levantou-se bem cedo, despediu-se de sua bela donzela que ainda estava meio que dormindo com um beijo na testa e saiu. Primeiramente Joseph pegou a carroça puxada pelo seu cavalo e de seu irmão e foi de casa em casa de cada um dos 12 cavaleiros pra entregar os pertences deles a suas famílias, foi algo muito difícil de fazer ainda mais pela companhia da notícia para os pais, esposas, filhos e parentes que eles não voltariam mais para casa.

Cada local que o jovem passou um pedaço de si ficou lá, partiu o coração dele ver tantas pessoas em prantos, de certa forma ele ainda se culpava, mas a pior parte ainda estava por vir. Já era o final de tarde lindo e o rapaz tinha que partir em viagem até a família de seu irmão com os alimentos e roupas que carregava na carroça, assim como dinheiro e o mapa para o Vale das Fadas.

Joseph não descansou até chegar a seu destino, quando parou os cavalos seus sobrinhos que brincavam na frente de casa vieram correndo perguntando pelo pai, ele pediu que as crianças o levassem até Margary, quando a encontrou ela já sabia da notícia por vê-lo sozinho.

A mulher desabou em chorar, as crianças choravam junto da mãe e não entendiam direito o que se passava, o rapaz ficou para o almoço e contou toda história para a sua cunhada de como o irmão fora um herói. Depois de comer e vendo que Margary não possuía forças se ofereceu de ajuda-la a pegar todos seus pertences e colocar na carroça para partir para seu novo lar.

Aquele lugar era um inferno e logo a viúva aceitou a proposta, ela queria uma vida melhor para seus filhos, em meio a tentar distrair as crianças Joseph ajudou ela a pegar tudo que tinha que não era muito e a levou para a carroça aonde se despediu e prometeu que iria visita-los, mas ele esperava que mandassem cartas sempre que possível falando da situação deles e caso precisassem de mais dinheiro também.

Margary disse que o informaria sim e esperava muito que ele tornasse seus filhos cavaleiros, ele jurou a ela que quando fosse rei daria o sobrenome da família a todos os filhos do irmão para que deixassem de ser bastardos perante os olhos maldosos da sociedade e levaria todos para morar no castelo com ele. A viúva pediu que ele se importasse apenas com os sobrinhos, ela estaria feliz em viver o resto de sua vida ao lado de seu amado e junto a ele ser enterrada.

Apesar de achar aquilo tudo muito mórbido o jovem disse que deixaria a vontade dela ser feita, pediu pra que ela seguisse viagem para chegar o mais rápido possível à segurança com suas crianças e disse que também precisava partir para uma última missão antes de voltar para seu casamento.

Enquanto Margary com as crianças mudavam-se, Joseph seguia até uma terra chamada Kilusburg e Laura preparava o seu casamento junto à rainha, Lore que aparentemente havia sido esquecida ou jogada para segundo plano por todos planejava sua vingança.

A ideia diabólica da bruxa não era nada mal para quem queria causar problemas e sofrimento no próximo, ela decidiu aproximar-se de todos que possuíam algum tipo de vínculo com o príncipe para matar e se divertir com toda situação nas custas do sofrimento do rapaz.

Óbvio que ela precisava começar de baixo, não dava pra simplesmente matar sua irmã grávida ou o rei e a rainha protegidos pelas muralhas do castelo, mesmo com magia negra existem limites do que se pode fazer e conseguir se safar ileso.

Após muito pesquisar e estudar a vida do príncipe em seu caldeirão mágico e suas bolas de cristais ela sabia exatamente por onde começar, um alvo fácil, Sammuel era um camponês amigo de infância de Joseph, ambos cresceram juntos, pois o pai do rapaz dava aula de boas maneiras para o príncipe.

Eles perderam um pouco de contato com o tempo, mas de vez em quando Joseph o visitava, eles até saiam juntos nas fugas do príncipe antigamente, um rapaz que vivia completamente sozinho e passava as noites afogando as mágoas de sua falecida esposa em tabernas era a vítima perfeita para se começar.

A bruxa esperou que ele saísse de casa e o seguiu até uma taberna, ela ficou em uma mesa apenas o observando e quando notou que ele já estava cambaleando e saiu de lá foi atrás dele, Lore vestiu-se com roupas velhas e rasgadas. O plano dela era passar-se por uma camponesa perdida que escapou de seu algoz que a abusava, Sammuel muito bondoso como sempre falou que ela podia acompanha-lo até sua casa e descansar lá pra ele ver o que podia fazer por ela no dia seguinte se essa fosse sua vontade.

O plano de Lore ia muito bem, até melhor que o planejado, chegando à casa do rapaz ela sentou-se numa poltrona e antes mesmo que ele pudesse chegar ao quarto ele desmaiou no meio do caminho. Pela primeira vez em muito tempo ela sentiu pena de alguém e ajudou ele a ir para cama, ela sentou no pé da mesma e enquanto pensava como mata-lo observava a beleza dele, um rapaz robusto e forte, cabelos loiros longos e uma barba bem volumosa, sem falar nos olhos verdes.

Lore tirou a camisa dele e ao deslumbrar aqueles músculos enormes e definidos até desistiu do plano de mata-lo naquele momento, ela foi até o banheiro, pegou uma toalha e a umedeceu para limpar ele que estava meio sujo de tanto cair no chão. Noite adentro Lore o observou sentada ao seu lado, mas antes do amanhecer acabou pegando no sono e dormindo sobre o peito de Sammuel sem que percebesse.

A viagem do príncipe a Kilusburg foi mais rápida do que ele imaginava, era uma terra muito próxima da sua, mas que nunca fora visitada por ele antes. Foi fácil reconhecer aquela cidadezinha mesmo sendo bem afastada das outras civilizações; afinal quantas terras tinham seu solo coberto por trevos de quatro folhas e o céu coberto de arco-íris?

Joseph se questionava como nunca antes ouviu falar de um lugar tão belo, sua missão parecia fácil, bastava encontrar agora o dono da moeda para devolvê-la, resolveu então começar pelo primeiro arco-íris que deu de frente perguntando por Tuomas o duende sapeca que era o dono da moeda. Um duende baixinho de barba ruiva e longa vestindo um kilt com gaita de fole na mão disse que era o quarto arco-íris à esquerda do arco-íris do avesso depois do arco-íris do travesso.

O príncipe chegou a revirar os olhos naquele momento com a confusão que o duende fez em sua cabeça, porém ele resolveu procurar esse tal de arco-íris do avesso como o mesmo dizia. Na cabeça de Joseph ele provavelmente possuía esse nome por ter as cores ao contrário de um arco-íris comum, e ele estava certo, não foi difícil achar um arco-íris que se iniciava com a cor lilás.
[...]

Os 7 contos - A História de Amor (Parte VII)


[...]

Lore não tinha a menor ideia por onde começar para colocar esse seu plano em ação, não demorou pra que ela usasse da magia para enriquecer e roubar um castelo, lá ela prendeu a irmã na torre mais alta e ordenava para que os empregados fossem apenas alimentá-la e levar água para ela se banhar uma vez ao dia.

Os meses passavam rapidamente e logo Lore começou a ser procurada, então mudou de nome, sua irmã foi esquecida com o tempo e a bruxa descobriu através de um mago que iria precisar de 300 pâncreas de homens adultos e 100 corações de meninos para oferecer a Zay o único Deus do qual os bruxos e magos acreditavam para que em troca deste banquete ele presenteasse-a com uma criança que mal se era sabido de onde viria.

Foi assim que Lore começou a matar para roubar os órgãos por três séculos, mas felizmente Laura conseguiu escapar uma noite na qual conhecera Joseph na taberna, ela não buscava pela casa dos tios e sim de seus pais adotivos, no entanto quando chegou lá viu que ela não existia mais.

Quando ela se apaixonou pelo príncipe e eles finalmente se beijaram provando do amor verdadeiro o tempo voltou a correr para ambas, porque a magia fora quebrada, quando Lore notou que a irmã fugiu e que ela tinha encontrado o amor verdadeiro voltou a buscar por ela. Laura então tinha que ficar fugindo para que ela não a encontrasse.

Todo aquele tempo vivendo na torre e lendo livros Laura aprendeu alguma magia branca da qual utilizava para encontrar Joseph quando podia; Quando Lore soube que ela ficou grávida chegando perto de conquistar o que buscava sentiu que aquela seria a criança que o Deus Zay iria presenteá-la e então teria que encontrar a irmã antes do fatídico dia em que a lua se encontraria no centro no céu no penhasco onde nasceram para finalizar a magia da qual seria necessário tirar a vida da irmã que vinha sendo um infortúnio para ela.

Seu plano tinha tudo para correr conforme o plano, se não fosse pelos atrasos em conseguir os órgãos quando saia em busca de sua irmã, quando a imortalidade essa já não se importava mais afinal era só uma questão de fazer uma nova poção para ela e seu ajudante.

Joseph perguntou a sua amada por qual razão ela havia marcado com ele o encontro no penhasco e ela disse que passado esse dia e a magia não sendo concretizada ela estaria livre da irmã, então em seguida ele fez outra pergunta se ela tinha ideia do por que seu pai o rei havia criado um interesse súbito em encontrar Lore, ela disse que quanto a isso não fazia a menor ideia.

As coisas finalmente ficaram mais claras para ele, só que ele ainda queria saber por que depois de tanto tempo ela voltou a usar o nome verdadeiro e qual razão de Laura ter sumido por tanto tempo. A moça disse que a irmã já sabia de algumas coisas que poderiam vir a ocorrer no futuro, resolvendo assim ser ela mesma quando o grande momento chegasse e quanto ao sumiço foi devido ao fato de Lore ter encontrado ela e feito de prisioneira dentro da caverna coberta por pedras e rosas no penhasco de Juhdora.

Joseph abraçou sua amada e a beijou, ele disse que estava muito feliz que tudo finalmente acabou bem e lembrou-se de mais uma coisa que queria saber, como é que Laura sabia do que Lore sabia, essa foi fácil para a jovem responder, através da magia branca ela conseguia às vezes entrar na mente de sua irmã enquanto ela dormia sem que a mesma percebesse.

O casal foi deitar-se e Laura falou que apesar do risco maior ter passado Lore não era de deixar as coisas quietas e provavelmente iria querer acabar com ela ou o filho deles por plena vingança, já que agora o plano dela havia ido por água abaixo.

Joseph a abraçou e disse que iria por um fim nessa história de Lore, mas Laura implorou que ele deixasse pra lá e que vivessem ali mesmo, pois era um lugar protegido pelas fadas que jamais deixariam sua irmã entrar e lhes fazer qualquer tipo de mal. Como a casa era grande seria bem legal ter a família de Joseph IV vivendo com eles também completou Laura, só que Joseph logo respondeu que agora que seu irmão faleceu ele era o sucessor ao trono e não podia abandonar seus deveres.

Sua amada virou para ele em seguida beijando-o e pediu que ele descansasse mente cheia de pensamentos, no dia seguinte já em paz poderia retomar tudo com mais clareza e resolver todas as pendências necessárias para as coisas voltarem aos seus devidos lugares com o tempo. O jovem concordou com a cabeça, ela se ajeitou em meio aos musculosos braços do rapaz e adormeceu, tudo que ele queria era vingança e já era quase de manhã quando o cansaço finalmente o abateu.

Durante o sono ele sonhou que ia até o castelo de Lore e lutava bravamente com ela até conseguir mata-la e fugir, mas quando saia do castelo viu que havia centenas de guardas atrás dele. Pensando na melhor forma de se esgueirar ele foi por um caminho que sempre costumava andar, porque dessa forma os guardas da bruxa ali presentes que o vissem não saberiam que estava fugindo, afinal era de costume sua passagem ali.

Mais calmo e crendo que sairia tudo de acordo com o plano foi quando um guarda que o conhecia e já estava sabendo de assassinato da bruxa o viu, em seguida foi em disparada para cima dele que andava distraído em meio às árvores. Joseph avistou uma maçaneta e em seguida atrás da mesma uma porta foi aparecendo ao que se aproximava.

O guarda que vinha alucinado atrás do rapaz não viu quando o mesmo pulou duma pedra onde estava andando para ir até a porta que surgiu dentre o bosque e ao chegar aos pés da pedra onde ele se encontrava quando havia o avistado veio uma carruagem desgovernada sem cavalos e o mesmo teve uma morte horrível.

O jovem, no entanto abria a porta e nada viu a não ser o outro lado como se ela tivesse sido colocada erroneamente em meio ao bosque, ele então a fechou e continuou a caminhar, no alto duma montanha que veio logo a frente avistou algumas imagens das quais o sol meio que ofuscava. Parecia ser um bebe seguido de uma criança e um reflexo seu, foi quando Joseph se deu conta que se tratava de uma visão premonitória em que ambas as crianças e o homem representavam seu filho.

Aquela porta no caso era um sinal dos deuses lhe mostrando que estavam dando uma oportunidade de mudança para os planos do jovem pra que esse tivesse a chance de ver seu filho crescer, pois mesmo com tantas mortes nada estava sendo resolvido e dando continuidade ao plano de acabar com Lore ele estaria cavando a própria cova.

Joseph acordou assustado e aflito, Laura já não estava mais na cama, ele saltou da mesma e foi correndo procura-la para contar tudo e saber qual a opinião dela a respeito do sonho. Ela estava preparando o almoço, pois o rapaz dormiu de mais e já era quase de tarde, naquele estado em que o jovem se encontrava em meio ao pavor tudo que o mesmo conseguiu fazer foi abraça-la fortemente e beija-la.

Sem entender direito o que estava acontecendo e notando que ele não se encontrava num estado de espírito normal perguntou que foi que houve, ele pegou-a pela mão e foi em direção às cadeiras onde se sentaram e finalmente ele conseguiu contar sobre a visão do sonho.

Laura surpresa com tudo que ele contava notou que ao falar aquela “pedra” do seu colar brilhava, mas não quis interrompê-lo e logo que ele concluiu deixando o questionamento do que ela pensava a respeito de tudo aquilo a jovem antes de responder perguntou se ele sabia o que era aquilo que estava carregando no pescoço.

De pronto o príncipe contou a história dos Trolls e disse que com certeza era uma unha, dente ou algo do tipo; A bela donzela caiu na risada e constrangido com a situação ele questionou qual era a graça, ela então tirou o colar do pescoço dele, foi até a pia, pegou um vidro de vinagre e começou a lavar o objeto que logo se livrou da crosta de sujeira e tomou forma de uma bela moeda de ouro que brilhava como nenhuma outra, o jovem também nunca tinha visto e nem estudado sobre a mesma.

Espantado ele perguntou se ela sabia do que se tratava, queria saber também como sabia e pediu para que respondesse logo sobre o sonho, Laura disse que é comum os Trolls roubarem objetos mágicos de outros seres místicos e como ela mesma já havia dito a ele teve tempo de sobra para ler livros na torre em que foi prisioneira.

Não se tratava de uma moeda comum como o jovem mesmo percebeu, era uma moeda de duende roubada de um pote de ouro no fim de um arco-íris e ao contrário do que todos pensam essas moedas não servem apenas para enriquecer o duende que é dono do pote, seu poder vai muito além. É tão raro se conseguir uma quanto um trevo de quatro folhas, com elas você consegue ter visões do futuro sobre assuntos cruciais em sua vida durante o sono e como prova de que foi real ela brilha quando você esta contando a visão ou simplesmente se lembrando dela.

Joseph agora queria saber por qual razão então ele não tinha tido nenhum tipo de visão antes, Laura explicou que não funciona quando simplesmente queremos e disse que como comentado anteriormente para o rapaz ela só traz visões de assuntos cruciais na vida de quem a possui.

Isso já bastava como resposta se havia sido realmente uma visão, a moça nem precisaria dar sua opinião, mas agora ele a questionava se ela sabia por que a moeda não o alertou da morte do irmão. A resposta veio mais rápida do ele esperava, o fato era simples, a moeda mostra coisas que podem ser mudadas perante a vontade dos Deuses, infelizmente ela não mostra coisas que já estão escritas e programadas para acontecer no destino.

O rapaz indagou à amada se ela queria dizer que o irmão dele tinha que morrer daquela forma terrível nas mãos da bruxa, a jovem disse que não necessariamente tinha de ser de tal forma, mas se o príncipe sucessor tinha escrito em sua história pelos Deus que morreria em determinado período qualquer forma era valida.

Ele disse que fazia muito tempo que estava usando o colar e também não sabia do rapto dela, e nenhum dos fatos que vieram ocorrer, Laura voltou a explicar novamente que tudo fazia parte do que iriam chamar um dia de obra do destino e não era algo crucial na vida dele.

Mesmo cheio de dúvidas que percorriam em sua cabeça ainda ele preferiu deixar pra lá, pediu que Laura se livrasse daquilo e disse que ia mandar um pombo com notícias ao reino, a jovem disse que aquilo era um presente uma dádiva, não podia simplesmente se livrar, ele tinha que dar pra outra pessoa ou então devolver ao dono.

Joseph queria distância daquilo em sua família, e como já havia desistido do plano de matar Lore ele disse que assim que comunicasse seu pai ele iria leva-la consigo para casa, onde ela e seu filho estarão em segurança e depois de entregar o dinheiro do irmão para sua família e manda-la ao Vale ele iria atrás desse duende.

Laura riu e perguntou: - E tu meu amado, sabes onde vai encontrar o duende endinheirado? Ele pensou por um tempo e abaixou a cabeça e disse que não saberia nem por onde começar se ela não o ajudasse. Sua amada em seguida o abraçou e pediu para que não se preocupasse, pois cada moeda de um duende é única e informa exatamente onde pertence.

Agora ele já estava mais tranquilo, foi enviar o pombo-correio enquanto a moça preparava comida para viajem de volta ao reino e arrumava as malas. Na carta Joseph contava ao pai da falta de sucesso da missão, a morte do irmão e os cavaleiros, o enterro e sobre sua volta com sua amada e seu filho para casa, ele possuía imensa vontade de falar sobre a família do irmão e dar o direito a eles ao nome da família e ao trono que não queria, mas ao mesmo tempo repeitava o desejo do mesmo que caso algo acontecesse eles tivessem uma vida em paz longe de qualquer coisa ligada a ele para que pudessem seguir em frente.

Mesmo assim Joseph não planejava esquecê-los, ele pretendia visita-los sempre que possível e ensinar os pequenos a cavalgar e lutar com espadas, para que quando fossem mais velhos durante provavelmente em seu reinado eles fossem nomeados a cavaleiros reais e tivessem uma vida mais digna que isolados do mundo no Vale.

Quando adentrou em casa Laura já havia preparado tudo, eles foram em seguida colocar tudo na carroça junto dos pertences de seu irmão e dos cavaleiros, depois voltaram para finalmente almoçar e aproveitar da companhia um do outro durante o restante do dia, para que a noite dormisse e partissem em viagem logo cedo.

O rapaz encontrava-se completamente encantado pela barriga de sua mulher que crescia a cada dia indicando que seu filho se desenvolvia bem, eles sentaram-se no sofá durante a tarde toda e Joseph não cansava de acariciar a barriga de Laura e beija-la. Por mais quentes que as coisas ficassem entre eles o respeito dele era imenso, trocavam carícias, beijos e amassos, mas não passava disso.

Eles acabaram adormecendo depois de algumas horas, Joseph dormiu sentado mesmo e ela deitada sobre o colo dele; quando ambos acordaram ela foi preparar um jantar e após comerem foram se deitar na cama desfrutando mais um pouco do amor entre eles até que caíssem no sono e estivem completamente desancados para que prosseguissem viajem com o menor número de paradas possíveis pra que chegassem logo e em segurança ao castelo.

Antes mesmo dos passarinhos começarem a cantar eles levantaram, vestiram-se, pegaram tudo que pertencia a eles e Joseph ajudou Laura a sentar-se sobre uma almofada na carroça em seguida subindo em seu cavalo para que ele e o de seu irmão os levassem para casa, porque esses foram os únicos que restaram, todos outros receberam alforria para viverem na floresta, afinal não dava para levar quatorze cavalos.
[...]