quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Sonho nº10 - Do fauno e da cobra


Eu estava parada. Uma música celta alegre tocava ao fundo. Olhei em volta, e percebi estar em um lugar elevado, diante de árvores. Era a varanda de algum tipo de apartamento, porém, o imóvel estava completamente perdido no meio da floresta, como se tivesse sido deixado lá de alguma forma, ou como se as árvores o tivessem engolido com o tempo.
A varanda de madeira dava a volta ao redor dos cômodos, acompanhando as quatro paredes externas. Na curva que ela fazia para a direita, diante de mim, havia um fauno. Ele me olhava fixamente. Usava uma máscara de crânio de cervo, e por trás dela, haviam olhos enigmáticos que causavam-me algum tipo de temor. Eu corri, assustada - o fauno me dava um medo inexplicável. Dei a volta pela varanda, percorrendo seu caminho quadricular, enquanto o fauno me seguia.
Até que então, me deparei com uma cobra comprida. Saltei-a e parei na sua frente. Suas costas eram verde-claras e sua barriga era escura, quase negra. Ela rastejava lentamente em minha direção e eu andava para trás lentamente também, fugindo dela.
O fauno surgiu na curva da varanda. Ele começou a dançar e a saltitar, em movimentos graciosos que eu admirava e contemplava, mesmo estando com medo. Ao início da dança, a cobra imediatamente se enrolou e se torceu, movimentando-se desesperada e sentindo uma dor escruciante. Quanto mais o fauno dançava, mais a cobra se contorcia, e olhando para ela, eu quase podia ouvi-la sibilar agonicamente.
Eu então entrei por uma das portas e atravessei um quarto. Olhei para trás, e o fauno me olhava através da porta. Eu continuei seguindo, atravessando por dentro até o outro lado da varanda, onde vi um pedaço de madeira ligando a ponta da curva da varanda ao interior da floresta. Imediatamente escorreguei por ele, caindo em uma clareira envolta por árvores verde-escuras. Havia pessoas lá. Dentre elas, um silêncio enlouquecedor.
Antes eu tivesse permanecido com o fauno.