segunda-feira, 6 de março de 2017

Os 7 contos - A História de Amor (Parte X)


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O jovem que observava tudo meio que boquiaberto sem demonstrar sinais físicos de desapontamento ou qualquer outro sentimento ao ver que ela acabou abraçou-a e Lore aproveitou e disse-lhe ao pé de seu ouvido naquele momento: - Sam, eu sei que é de mais tudo que lhe contei, mas meus sentimentos por você são verdadeiros e independentes da decisão que tomar sobre nós eu vou aceitar, porém meu coração sempre há de te amar.

Depois de um tempo abraçando-a, ele que juntava todas aquelas informações na cabeça segurou-a pelos braços e então a beijou, em seguida olhou em seus olhos e completou o que sua atitude já havia demonstrado: - Ó minha amada, sei dos infortúnios de teu passado, compreendo também que se arrependes de tudo que fizeste de errado. Que homem nunca pecou? Eu não tenho do que lhe perdoar, mas como um bom marido que pretendo ser ei de te amar e todos os fantasmas do passado ajudar-te a espantar.

Ela o abraçou novamente e ele a pegou no colo e levou para o quarto, logo que eles adentraram ela colocou-a suavemente sobre a cama, em meio aos beijos e abraços ela delicadamente foi despindo-a até que juntos tiveram a maior noite de amor em suas vidas, Sammuel foi delicado a todo instante e procurou primeiramente satisfazê-la. Ao contrário do que o rapaz vivia com as “mulheres da vida” naquele momento em que faziam amor o sentimento de querer estar dentro um do outro era mútuo e puro.

Mas voltando a falar do outro casal, mas especificamente sobre Laura... A jovem começou a sentir algumas dores enquanto andava de carruagem com a rainha, a mãe de Joseph logo percebeu que em algumas semanas o principezinho chegaria e junto a jovem rezava para que o jovem conseguisse voltar a tempo para seu casamento.

Vendo que Laura estava cansada a rainha resolveu voltar para casa para fazerem algo menos desgastante para ambas, elas foram nomear todos os convites e claro que no meio deles havia um pra Sammuel, a rainha também pediu que a jovem convidasse todos que quisesse, mas a jovem de fato não tinha ninguém fora à irmã da qual não sabia o paradeiro e sua nova família.

Enquanto a rainha escrevia para todos que já conheceu na vida e até para aqueles que só ouviu falar Laura teve uma ideia da qual na sabia se agradaria muito o marido, porém prosseguiu com ela da mesma forma. A brilhante ideia da donzela era mandar um convite para a família de Joseph IV e assim o fez mesmo com medo da reação do marido ao saber algo dentro dela pedia para que o fizesse.

As coisas estavam um pouco “chatas” pelo reino e melosas com o novo casal, só que para Joseph aventuras estavam por vir, grandes aventuras...

Logo que amanheceu Joseph partiu viagem de volta ao castelo, cavalgou por horas até chegar à ponte que o levaria ao bosque que dava direto a uma vila próxima o reino por onde foi quando prosseguiu viagem, mas como as coisas sempre se tornavam surpreendentes e eram imprevisíveis adivinhem só o que aconteceu: A ponte estava quebrada, sem explicação alguma e nem avisos à única escolha para o rapaz que seria a forma mais rápida de voltar para casa a tempo era voltar um pedaço e seguir pela praia das sereias.

No retorno do príncipe para ir pelo outro caminho ele encontrou com um senhor que estava tentando colocar a roda de volta na carroça que havia se soltado, mesmo estando ficando escuro o jovem não podia deixar de ajudar, afinal Joseph já tinha se decidido acampar na praia mesmo. Não foi muito difícil para o rapaz consertar a carroça com todos os músculos que possuía, muito grato o senhor que jamais iria conseguir sozinho ofereceu alguns pães, queijo, leite e frios para o jovem que estava faminto e sem comida.

Joseph aproveitou para perguntar se ele sabia por qual razão a ponte estava quebrada já que parecia que ele vinha do mesmo caminho, o senhor contou que quando estava prestes a atravessar com sua carroça para levar aqueles alimentos para um mercadinho na vila passaram alguns rapazes mal encarados correndo em seus cavalos que ficaram fazendo graça sobre a ponte que quebrou, ele conseguiu puxar a carroça e arrasta-la até aquele ponto com a roda rachada antes que ela quebrasse de vez e ele pudesse troca-la.

Meio espantado com aquela história Joseph perguntou dos rapazes mesmo desaprovando a atitude deles e o senhor disse que todos conseguiram escapar a tempo, exceto o baderneiro que causou toda bagunça e confusão, o cavalo negro que ele montava assuntou-se no momento em que a ponte se despedaçava e levantou-se jogando o moço desfiladeiro abaixo, por sorte o cavalo correu e se salvou.

O príncipe agradeceu a informação, pegou a comida e partiu para a praia que só era perigosa para os piratas e marujos segundo as histórias, já passava a hora grande quando Joseph finalmente conseguiu terminar de armar sua barraca e finalmente sentou-se para alimentar-se.

Enquanto desfrutava de alguns sanduíches que preparou ele ouviu uma moça chamar pedindo por ajuda, ele que conhecia bem os contos das sereias desde pequeno pelas histórias que seu tio materno que fora um corsário lhe contava e encantava quando criança não ousou sair da barraca.

Passado algum tempo e tendo terminado de comer a jovem ainda não havia parado de gritar implorando por ajuda, mesmo que desconfiado ele ouvira falar que sereias não eram insistentes ao serem ignoradas então saiu para ver do que se tratava. A praia era um lugar muito frequentado por todos os tipos de navegantes, haviam muitos barcos ancorados na praia, canoas de pesca e um enorme navio um pouco mais a frente na praia de onde Joseph estava.

Quando colocou a cabeça para fora ele viu uma moça nua na beira do mar caída, mas estava escuro demais para conseguir ver mais detalhes, o príncipe saiu da barraca, ateou fogo numa tocha improvisada na fogueira e seguiu até a jovem. Ao que ia se aproximando viu pernas, ficando assim mais seguro sendo sabido que sereias possuíam caldas, era uma moça linda de longos cabelos negros que refletiam a luz do luar e olhos azuis como o mar naquela noite.

A teoria de Joseph para aquela situação da qual a moça se encontrava era que algum pirata tivesse abusado dela e jogado-a ali depois, ao que fora se aproximando ela foi aos poucos voltando suas pernas para dentro do mar e transformando-o em calda novamente, antes que o rapaz pudesse se dar conta da cilada que estava se metendo ela começou a cantar e encanta-lo.

Joseph jogou a tocha no chão e seguia cegamente em direção a ela, quando chegou bem perto dela já envolto aquele maldito encantamento da sereia em que poucos homens sobreviveram para contar histórias sentou-se ao lado dela na beira da água, mas quem na realidade o jovem via era Laura. A sereia que provavelmente estava faminta lambia os lábios ao se aproximar do príncipe, não demorou a que seus braços envolvessem o jovem que já estava com o traseiro todo molhado sentado à beira-mar.

O rapaz fechou os olhos, fez um biquinho e enquanto ia se aproximando da sereia para beija-la ouviu como se estivesse bem distante uma voz que dizia: - Sai, sai daí. Só que nem deu atenção, mas logo uma mão pegou em seu ombro e jogou-o na areia, tacou uma tocha na sereia que mostrou seus dentes e saiu nadando para o fundo do mar.

Atordoado ele dizia: - Laura, Laura meu amor cadê você? E a belíssima jovem que salvou ele deu um tabefe em sua face e que lhe assustou fazendo-o cair em si. Perguntou então o que aquela moça estava fazendo em cima dele, Penélope, cujo era seu nome, disse que havia acabado de salvá-lo, confuso ele queria saber onde estava aquela moça em apuros.

A jovem saiu de cima dele e sentou-se ao seu lado ajudando-o a sentar-se também, explicou em seguida que se tratava de uma sereia, Joseph ficou bastante espantado e não sabia nem como agradecê-la por salvar sua vida. Penélope falou que era filha de um dos maiores piratas cujo nome já fora contado em histórias e não tinha muito que não tivesse.

Joseph ofereceu um emprego de corsário para ela que rejeitou e disse que gostava de carregar o legado que seu pai deixou, mas que se o príncipe quisesse ela aceitaria passar uma noite com ele, afinal ela era belíssima e não existiam muitos marinheiros bonitos. O rapaz riu, e contou que estava para se casar, na realidade estava até atrasado para o casamento que aconteceria na noite daquele dia que estava quase começando e Penélope esperta como um pirata havia de ser fez um acordo com ele, o levaria imediatamente em seu navio para o porto real se ele deixasse que ela e seus homens participassem da festa.

Claro que Joseph aceitou, porque novamente ela iria ajuda-lo e não tinha jeito melhor de retribuir por sua vida, quem sabe a moça não encontrava alguém que a fizesse largar da pirataria, o que parecia ser difícil com aquela cabeça dura, mas não impossível. Ela ajudou-o a guardar suas coisas e depois subiram naquele gigante navio que parecia saído de um conto de fadas, a capitã então ordenou que seus marujos seguissem viagem, não demorou muito para chegarem ao porto real.

Durante a viagem Penélope contou que apesar de ter estado em todos os lugares no mundo provavelmente pouco viveu em terra, seu maior sonho sempre foi ir a um baile real cujo ouvira em histórias contadas por seu pai, mas ela não tinha lá muito a delicadeza duma dama e nem se quer roupas apropriadas. Ela também perguntou se o rapaz não se importava que ela e seus homens fossem vestidos com o que possuíam, Joseph pediu para que ela não se preocupasse com nada, ele iria arrumar roupas para ela e toda sua tripulação.

Ao ancorarem dezenas de guardas vieram bloquear a descida de todos no navio, mas Joseph apareceu e disse que estavam com ele, Penélope e todos seus 87 homens seguiram com Joseph ao castelo e ao antes mesmo de chegarem à sala do trono já se podia sentir o cheiro de peixe de longe.

Ouviu-se o rei gritando e perguntando se algum pirata havia invadido o palácio e antes de obter uma resposta apareceu Joseph e toda trupe, seu pai espantou-se ao ver tanta gente e como não perdia uma piada disse que eles tinham chegado um pouco cedo para o casamento.

O príncipe logo cortou a brincadeira e falou toda a história para o pai; enquanto falava Laura e a rainha que ouviram todo aquele falatório vieram correndo por meio daqueles marinheiros, a donzela pulou em meio aos braços de Joseph interrompendo-o e beijando-o.

Penélope deu uma risada e disse: - Ah, aí esta a bela donzela, esta explicado, nem eu me trocaria por ela. Sem entender Laura deu uma risadinha, a rainha perguntou que bagunça era aquela e o jovem retomou toda história para a mãe e o pai que pareceu não ter prestado muito atenção no que ele havia falado, parecia que ele só observava com medo todos aqueles homens.

A rainha muito bondosa como sempre fora pediu que os mordomos acomodassem todos eles em alguns quartos no castelo que possuía muitos e que levassem roupas adequadas para que todos participassem do baile, mas fez um adentro que encontrassem o mais belo vestido para aquela que salvou a vida de seu menino.

Todos ficaram muitíssimo gratos, felizes também por tomar um banho de verdade e ganharem roupas de gala, mas quem mais ficou grata foi Penélope que logo foi levada a um quarto só para ela. Laura foi pega pela mão pela rainha que pediu que o casal de despedisse, pois ela tinha que se arrumar para o casamento e ele também, eles se beijaram e rapidamente a donzela disse no ouvido dele que convidou a família do irmão, antes que Joseph pudesse esboçar qualquer tipo de resposta foi levada.

Por incrível que pareça Joseph não se importou muito com a notícia, ele ficou feliz, mas estava tão em êxtase com aquela história toda do casamento que ficou parado com um sorriso na cara que nem bobo. Seu pai levantou-se e colocando a mão por cima de seus ombros foi caminhando com ele, o rei perguntou se ele estava feliz e ele disse que não poderia estar mais feliz, a não ser que seu irmão estivesse presente.

Uma lágrima escorreu dos olhos de seu pai que Joseph nunca o vira chorar e ele disse: - Ah meu filho, como eu gostaria que seu irmão tivesse deixado um pouquinho daquele jeito dele em alguma criança para alegrar nosso reino junto de vós. Pronto, foi à oportunidade que o rapaz esperava para falar da família de seu irmão.

Joseph não pensou muito e nem relutou ao contar a história da família de seu irmão para o pai que apesar de assombrado com aquela bomba que o filho jogou disse: - Tu não poderias me dar felicidade maior no dia de hoje depois de teu casamento, mas mesmo assim o fizeste. Logo que eles chegarem eu farei com que fiquem, mas agora meu filho, quero que saibas que independente do problema ou tormento me conte, sou seu pai e vou lhe ajudar sem julgar.

Parecia que a ida de Laura para o castelo mudou muitas coisas, o rei seguiu para seus aposentos e Joseph para o seu com suas tralhas de viagem. O rapaz foi desmontando as malas e achou a rosa que havia levado consigo, mas ela novamente estava morta, só que o rapaz invés de joga-la a guardou dentro de um livro como lembrança.

O príncipe arrumou as coisas, foi tomar um banho e depois vestir-se para o seu casamento, sua roupa era linda, tão linda como nunca havia visto outra na vida. Já era início de noite e carruagens não paravam de chegar, se Joseph havia achado o último baile badalado esse veio para romper todas as barreiras e pra ser o maior baile de todo século, afinal seus pais capricharam porque não teriam mais filhos para casar.

Logo que adentrou o grande salão Joseph viu Penélope que estava linda, seu vestido dourado ofuscava todos outros, a ansiedade era enorme, ele não veria Laura até a hora do altar, então foi junto de sua mãe que apareceu em seguida recepcionar os convidados. Ele perguntou para sua mãe onde estava seu pai, afinal era papel dele, mas a rainha desconversou e disse que estava resolvendo outras coisas, em seguida perguntou com quem Laura estava e a rainha disse que com as amas.

Como já havia contado para o pai era hora de contar tudo para mãe entre um tempinho e outro que encontrava antes que os convidados descessem das carruagens e subisse às escadarias, ele estava com medo de sua mãe ter um infarto com a notícia, mas se o rei havia reagido bem não tinha porque de ser diferente com ela.
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