segunda-feira, 6 de março de 2017

Os 7 contos - A História de Amor (Parte II)


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Laura depois fechou a porta e em seguida levou o rapaz até seu quarto onde fora trocando carícias com Joseph e despindo-se até chegarem à cama aonde se abraçaram e beijavam-se cada vez mais ardentemente, foi quando a jovem deitou o rapaz e subiu sob ele e para surpresa dela ele deitou-a na cama e sentou-se a chorar, Laura de pronto sentou-se ao seu lado e perguntou o que houve e em meio às lágrimas ele contou-lhe toda a história e disse-lhe que se sentia sujo e não podia mais fazer amor com aquela que amava, pois a traíra.

Num ato de nobreza jamais esperado ela enxugou as lágrimas do rosto de Joseph e disse-lhe que ele não tivera opção e que continuaria amando-o de qualquer forma, indagando-o ao final: - Sou ou não sou seu verdadeiro amor? De imediato o rapaz respondeu sem pensar nem uma vez: - Claro! Eu te amo mais que os Nove Deuses aos quais fui ensinado idolatrar, mais que a minha honra e meus pais, mais que qualquer coisa neste Universo! A Moça então o acariciando o rosto beijou-lhe suavemente e foi se deitando com o rapaz sobre ela.

Joseph foi se recuperou de toda aquela mágoa contida em seu coração, apesar da culpa que ainda o corroía um pouco, e novamente vivenciou da experiência de fazer amor com aquela que era sua cara metade e logo todo e qualquer sentimento presente em seu coração dissipou-se e se tornara apenas amor. Cansados após fazerem amor por horas a fio durante toda a madrugada e ao romper da aurora a moça deitada entre seus musculosos braços e com seus cabelos misturados aos dele, sentindo o toque de sua barba, sim essa era nova e cresceu nos últimos meses no qual o rapaz deixara de se cuidar, olhou em seus olhos, beijou seus lábios e disse-lhe: - Joseph Arthuro V, eu aceito!

Em meio aos encantos de Laura o jovem a beijou e então eles adormeceram juntos, já era tarde quando Joseph acordou e ao olhar para o lado não a encontrara, ele já esperava que ela fosse sumir como era de costume e então se vestiu e seguiu para a cozinha. Ao adentrar o recinto no qual possuía uma grande e ampla janela pode observar o sol quase em sua hora de se por, após alguns segundos observando surpreendeu-se ao ver a bela donzela vindo com uma cesta de vime cheia de rosas. Ele se apressou e correu em direção à porta quando a moça estava adentrando e então a perguntou: - Oh minha flor de todas a mais bela onde estavas minha donzela?

A moça então o beijou e sem se quer esboçar qualquer tipo de resposta foi em direção à cozinha e depois de alguns segundos parado o rapaz a seguiu e observou ela que estava a montar um arranjo com as flores e perguntou a ele: - Amor da minha vida como posso servir a ti? E em resposta ele disse: - Donzela amada, apenas me responda e acabe com a aflição de meu coração. Laura então lhe respondeu que tivera acordado pouco tempo antes do rapaz e fora colher as rosas das quais tanto gostavam para enfeitar seu lar, foi até Joseph e beijou-lhe carinhosamente a testa de seu amado que estava sentado na cadeira e em seguida foi preparar o jantar.

Apesar de completamente apaixonado e até mesmo quase que cego pela donzela o jovem percebeu que mesmo sendo muito antiga aquela casa não era de forma alguma o lar de Laura e a julgar pela aparência do ambiente havia sido inabitada talvez por décadas, no entanto resolveu não levar a suas especulações a diante para não ofender a quem tanto amava.

Laura que era dotada de tantas qualidades agora também surpreendera o rapaz com seu talento em cozinhar, apesar de ser envolta a tantos mistérios como de onde viera, quem de fato era e tantas outras questões, continuava a surpreender o rapaz. Em meio aquele maravilhoso jantar que segundo o próprio príncipe superava os maiores banquetes reais dos quais ele já havia participado ele a indagou: - Oh minha amada o que foi que aconteceste que tanto fizeste anteceder a noite que havias me exigido para responder-me meu pedido?

A moça aproximou-se do rapaz, sentou-se em seu colo, beijou suavemente seus lábios e olhando em seus olhos pegou a sua mão e colocou-a sobre sua barriga e então lhe disse: - Amado marido, eis aqui seu herdeiro, soube pouco tempo após nossa primeira vez que talvez fosse a colocar uma criança da realeza no mundo, mas precisava de certeza para contar-te. Ele imediatamente a beijou entre seu choro de felicidade, e logo em seguida perguntou: - Mas me diga amor da minha vida, mãe de meu filho por que tanto desaparecia e se de fato não houvesse meu herdeiro tu sumiria?

A donzela abaixou a cabeça e disse-lhe que havia problemas a serem resolvidos além do poder do rei ou até mesmo de qualquer homem, os problemas dos quais ela enfrentava eram maiores do que ele jamais imaginava e precisava ainda resolver tais questões para que finalmente ficassem juntos, porém para que tudo ocorresse como o planejado seria necessário sigilo absoluto do príncipe até mesmo com sua família. Muito assustado com essa conversa toda ele concordou com a cabeça e em seguida a beijou.

Após se levantarem Laura pediu para que ele voltasse para a fortaleza do castelo, pois agora que ela revelara tal segredo ele corria perigo e como às vezes até as paredes possuem ouvidos ele tinha de ser o mais breve possível em sua volta para casa. Joseph disse que jamais deixaria sua amada e seu filho sem proteção e ela implorou que ele fosse, antes da noite tomar seu ponto mais alto, buscar por seu cavalo e retornar ao lar e ela jurava a ele que assim que pudesse voltaria a lhe encontrar.

Sem muito entender tudo o que se passava e apesar de relutante com toda aquela situação ele agachou-se e beijou a barriga de Laura levantando-se em seguida e beijando-lhe a testa. Joseph então se virou em direção a porta com aquela sensação de que havia algo muito errado e seguiu a caminhar, logo que pegou na maçaneta da porta sua amada veio correndo e lhe entregou uma rosa seguida de algumas palavras: - Amor da minha vida guarde-a contigo, cultive-a e quando ela então morrer eu prometo-lhe que irei aparecer. Laura beijou seu amado e ele partiu as pressas por dentre a floresta que já se encontrava escura para achar seu cavalo e voltar ao castelo.

Chegando ao castelo seus pais e seu irmão não pronunciaram uma palavra se quer e na cabeça de Joseph V o problema era a bruxa, afinal ele imaginara que de fato se nascesse um garoto ele corria tanto perigo quanto qualquer outro e claro que sua amada não gostaria de colocar uma criança no mundo em meio ao perigo eminente. Ele então foi até seu pai e seu irmão e convocou uma reunião com todo o conselho real de extrema urgência na manhã seguinte para assuntos de interesse geral, seu pai concordou e ordenou que o mensageiro fosse convocar a todos.

O príncipe que estava com mil e uma ideias em sua mente seguiu para seu dormitório e logo que abriu a porta deu de cara com quatro “mulheres da vida” completamente nuas, espantado ele na hora entendeu o porquê de seu pai aceitar tão rápido sua proposta sem nem se quer o questionar. Joseph que já estava mais que escaldado com as artimanhas de seu pai ordenou que as moças festejassem entre si, aproveitassem do bom vinho e fizessem com que todo reino ouvissem seus gemidos saídos do quarto que ele iria dormir no banheiro mesmo e então pagaria para elas o dobro do que seu pai deu.

Joseph pegou sua coberta e cansado como estava partiu para o banheiro no qual se deitou sob a mesma e adormeceu. A manhã não demorou a vir e então ele levantou-se mesmo que quebrado, pois era como se encontrava e foi vestir-se, passou pelo quarto e podia ver todas as moças dormindo num sono profundo espalhadas pelo recinto. Ao encontrar-se com o conselho logo exigiu o retrato da bruxa que apesar de ter sido encomendado pelo mesmo era o único que não vislumbrou da imagem, Lord Viceryus então entregou para o rapaz que ao olhar quase caiu para trás.

Se de fato aquela imagem não retratava Laura mais velha com certeza se tratava de sua mãe ou algum parente e então todo aquele papo sinistro passou a fazer algum sentido para o rapaz. Ele ordenou que nenhum homem descansasse enquanto Lore a bruxa não fosse encontrada, as vigílias e revistas de casa em casa não deviam cessar e ele prometeu o dobro do ouro que seu pai havia prometido.

Foi então que a missão começou com tamanha intensidade nunca vista antes com todos os homens reunidos num único propósito, fossem da realeza ou não. Joseph saiu em seguida e foi buscar a rosa de sua amada que esquecera em sua bolsa no seu cavalo e levá-la para seu quarto, o perfume dela não era de uma rosa qualquer e sim o cheiro de Laura, em seguida vestiu sua armadura e foi de encontro ao seu irmão para irem ao bosque das estrelas procurarem pela bruxa assim como todos estavam ordenados a fazer.

Noite adentro os irmãos procuraram pela bruxa assim como toda cavalaria real e os homens interessados no prêmio, já estavam a avistar o nascer do sol quando o cansaço físico era enorme, mas suas honras e valores eram ainda maiores que qualquer coisa, a busca não poderia cessar. Joseph V não trocava uma palavra se quer com seu irmão, no entanto podia observar que de algum em algum tempo ele queria lhe dizer algo, passado as horas indagou-o: - Oh irmão o que aconteceste que tanto queres me falar e nem se quer uma palavra consegue esboçar?

Joseph IV então engoliu a seco seja lá o que estivesse em sua garganta e disse: - Querido irmão sei que hesitei em lhe contar, notei que o tempo vem a te afetar, faz mês que dos assuntos do reino vós não vem de fato a participar e em breve estarei a me casar. O príncipe então lhe respondeu: - Caro irmão, também possuo um segredo a guardar, mas qual eis o problema em se casar? Seu irmão respondeu: - Há uma camponesa, seu nome é Margary e por ela estou apaixonado, mas nosso pai necessita que eu case com a princesa Clarisse e salve nosso reinado.

O príncipe que ouvia o irmão novamente o questionou: - Qual seres o problema de nosso reinado que vive dentre a fartura e tens de sobras navios e soldados? Joseph IV então lhe respondeu: - Nosso pai teme com que as atuais circunstâncias que o reino vem enfrentando com a crise da bruxa matando filhos e mais filhos de aldeões, camponeses e até serviçais do reino venha a ocorrer uma rebelião e então possamos precisar de esforços vizinhos para conter tão situação. O príncipe então entendeu qual era a preocupação do rei.

Joseph V expôs ao seu irmão o que pensava a respeito de Lore a bruxa e disse-lhe que se eles acabassem com ela tal historia se encerraria, afinal fazia séculos que já não se casavam mais príncipes e princesas apenas por interesses reais, estes acabavam se apaixonando muitas vezes em bailes. Como também há décadas se tornara comum casamento entre camponesas e príncipes assim como cavaleiros e princesas, de fato isso já vinha acontecendo há tanto tempo quanto os dragões haviam desaparecido.

Depois de horas conversando e a caminho de uma taberna para almoçarem Joseph IV então contou ao irmão que a situação era um pouco mais complicada do que ele imaginava, finalmente se abrindo disse que com Margary possuía três filhos, sendo Lucyus um garoto de 13 anos, Katheryn uma menina de 10 e Strayker de 8. O príncipe sucessor implorou que após tal segredo revelado seu irmão não se voltasse contra ele, afinal ele perderia quase que completamente o direito ao trono.

Ambos desmontaram dos cavalos, Joseph V abraçou seu irmão e falou que não tinha o mínimo interesse no trono de Natuland e que assim que capturasse a bruxa sua prioridade seria ajudar o irmão a ter seu final feliz ao lado de quem amava para finalmente um dia tomar seu posto de rei com quem escolhera para ser sua rainha, assumindo de fato seus filhos que até então não passavam de bastardos. Em meio a um sorriso o príncipe completou brincando: - Até porque meu caro assim minha possibilidade de tornar-me sucessor como ti mesmo relembraste diminui e posso tocar minha vida como sempre sonhei, sendo apenas Sir. e vivendo do amor.

Enquanto falava seu irmão pode observar o olhar apaixonado de Joseph V e passando o braço por cima de seus ombros enquanto adentravam a taberna lhe perguntou: - Posso não ser tão inteligente quando vós, mas quando um homem se encontra apaixonado eu sei! Digas-me, quem ser a donzela que trarás ao reinado? O irmão respondeu-lhe que estavas maluco. Sentaram-se e logo foram servidos, em meio a toda comilança o irmão perguntou a Joseph V novamente: - Desembuche homem, é a princesa mentirosa ou alguma daquelas meretrizes fogosas?

Joseph V já não sabia mais como enganar o irmão que desde sempre sabia quando estava escondendo algo, mas ainda assim tentou: - Não é nada irmão, estou tão preocupado com o reino que mal possuo tempo pro coração. Claro que o príncipe não acreditou e continuou a persistir, agora usando de argumentos que o irmão não poderia refugar: - Eu não queria dizer, mas notei o perfume que chegaste aos dias que sumiste e vi também a rosa que pro quarto carregaste antes que partisse.

Já sem respostas para dar ao príncipe implorou que o irmão não falasse para ninguém e que seria assim uma troca de segredos, contou-lhe então uma meia verdade, sobre certa camponesa que estava a se encontrar, mas de resto nada ousou a falar. Era de tarde novamente e ambos partiram para mais uma caçada a bruxa, Joseph IV lembrou ao irmão que o penhasco de Juhdora era um lugar bem conhecido por ser frequentado para atos de magia e bruxaria na lua cheia, apesar de ser longe de onde se encontravam, em alguns dias conseguiriam chegar lá para a noite de lua cheia e quem sabe com sorte não encontrariam a bruxa.

Joseph V sabia que podia ser perigoso e pediu ao irmão que voltassem antes ao castelo para descansarem e reunir alguns homens de sua cavalaria que os acompanhariam dentro de uma lua média até o penhasco. Chegando ao lar seu pai informou-lhes da falta de sucesso de todas as buscas e compadecera da ideia da viajem, sua mãe veio logo em seguida mimar os filhos que já estava com saudades.

Na manhã seguinte Joseph V reuniu-se com suas tropas e selecionou os melhores homens para que viajassem com ele e seu irmão, mas também lhes informou do perigo de tal missão e ordenou que eles fossem aproveitar alguns dias antes da viajem com suas famílias, pois era bem provável que havendo sucesso da missão poderiam estes nunca mais voltar para seus lares. O rei mais tarde então convocou os irmãos que após anos estavam mais unidos que nunca para um jantar muito especial que aconteceria dentro de dois dias.

Joseph IV correu para o quarto com o irmão depois de falarem com seu pai e lhe disse que tinha certeza que era o tão “não esperado dia” de conhecer a mulher com quem seu pai o quisera casado, e seu irmão contou-lhe por cima da história de Lady Vandergast e indagou o irmão como por tantos anos ele estava enganando seu pai que temia que algum de seus filhos fosse homossexual.

O príncipe sucessor então deu risada e disse que isso era fácil, de quando em quando ele contratava algumas rameiras e as pagava pra que se divertissem entre elas e seu pai achasse que estava tudo certo dentro do castelo, assim como sempre que tinha oportunidade saia para alguma “taberna” e fazia “missões” que na verdade eram quando ele ia de encontro com sua família passar alguns dias ou até mesmo apenas uma noite.

Joseph V riu, pois viu que sua história não era tão única quanto imaginava e perguntou ao irmão como de fato ele convivia internamente com essa sua vida há treze anos, pelo menos essa era a idade de seu sobrinho mais velho, e como ele conseguia manter as aparências tão bem ficando longe de quem amava. O irmão então lhe respondeu que se tratava de vinte e três anos na verdade, o que era praticamente a idade do rapaz, e que ele ainda era novo por isso caia tão facilmente esmorecido com os encantos do amor assim como o próprio na mesma idade, mas que com o tempo teve de aprender a manter as aparências.

O dia do jantar finalmente chegou e como de costume seu pai ofertara roupas belíssimas para os príncipes, não seria um jantar qualquer, tratava-se se uma princesa de um reino muito conhecido, Highsland, e convidados em suas carruagens não paravam de chegar, o príncipe então que já passara dos 40 quase caiu para trás quando viu que era apenas uma menina a tal princesa e seu irmão então sussurrou em seu ouvido: - Irmão tudo que tem que fazer é ser cortês e não deixar que as coisas passem do jantar... Ah um detalhe não sente ao lado dela.

O irmão riu mesmo sem entender nada, apesar de sua idade nunca foi interesse do rei que ele casasse até então, mas o mesmo prometeu que agiria conforme o planejado e faria de tudo para que a princesa não gostasse dele. Ambos riram agora e caminharam ao encontro da princesa.

Ao receberem a princesa, logo aos pés da escadaria, os príncipes a reverenciaram e em seguida ao o rei, a rainha, os príncipes e princesas de sua família que a acompanhavam. Todos seguiram direto ao grande salão de festas, logo que adentraram os príncipes notaram que lá possuía muitas caras diferentes, pessoas da nobreza jamais antes vistas e reis estampando as mais diversas bandeiras como nunca fora visto em seu castelo anteriormente.

O mestre de cerimônias logo tratou de anunciar todos que de importância ali adentravam, eram nomes seguidos de nomes que os rapazes nunca ouviram fora das aulas e deduziram então ser da parte dos Fryguests, a família da princesa Clarisse. Eles conversavam entre si ao cumprirem sua parte de darem boas vindas e desejar um bom baile aos convidados, assim que todos foram anunciados o rei finalmente deu as caras ao lado da rainha e ordenou que Joseph IV escolhesse uma dama, antes ordenado pelo seu pai que deveria de ser Clarisse, e então desce início as danças.

O príncipe sucessor ao trono foi até a princesa e com toda elegância que lhe fora passada pelo professor de boas maneiras quando ainda menino ele a guiou na valsa e deu abertura ao baile, em seguida seu irmão foi de encontro à princesa Kathelyn de Kythyng que era sua amiga de infância e a tirou para dançar assim como todos os príncipes fizeram com as damas presentes.

As tradicionais valsas duraram por horas como de costume e assim que se deu por encerrado, todos os convidados dirigiram-se ao grande salão de jantar como ordenado pelo rei para que o banquete fosse servido, ao aviso do irmão Joseph IV sentou-se de frente com a princesa e não ao seu lado, mesmo sem saber qual a razão daquilo. A comida e a bebida era farta, os convidados comiam como se não houvesse amanhã e logo os reis se embebedaram do bom vinho do Oeste.
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