segunda-feira, 6 de março de 2017

Os 7 contos - A História de Amor (Parte VII)


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Lore não tinha a menor ideia por onde começar para colocar esse seu plano em ação, não demorou pra que ela usasse da magia para enriquecer e roubar um castelo, lá ela prendeu a irmã na torre mais alta e ordenava para que os empregados fossem apenas alimentá-la e levar água para ela se banhar uma vez ao dia.

Os meses passavam rapidamente e logo Lore começou a ser procurada, então mudou de nome, sua irmã foi esquecida com o tempo e a bruxa descobriu através de um mago que iria precisar de 300 pâncreas de homens adultos e 100 corações de meninos para oferecer a Zay o único Deus do qual os bruxos e magos acreditavam para que em troca deste banquete ele presenteasse-a com uma criança que mal se era sabido de onde viria.

Foi assim que Lore começou a matar para roubar os órgãos por três séculos, mas felizmente Laura conseguiu escapar uma noite na qual conhecera Joseph na taberna, ela não buscava pela casa dos tios e sim de seus pais adotivos, no entanto quando chegou lá viu que ela não existia mais.

Quando ela se apaixonou pelo príncipe e eles finalmente se beijaram provando do amor verdadeiro o tempo voltou a correr para ambas, porque a magia fora quebrada, quando Lore notou que a irmã fugiu e que ela tinha encontrado o amor verdadeiro voltou a buscar por ela. Laura então tinha que ficar fugindo para que ela não a encontrasse.

Todo aquele tempo vivendo na torre e lendo livros Laura aprendeu alguma magia branca da qual utilizava para encontrar Joseph quando podia; Quando Lore soube que ela ficou grávida chegando perto de conquistar o que buscava sentiu que aquela seria a criança que o Deus Zay iria presenteá-la e então teria que encontrar a irmã antes do fatídico dia em que a lua se encontraria no centro no céu no penhasco onde nasceram para finalizar a magia da qual seria necessário tirar a vida da irmã que vinha sendo um infortúnio para ela.

Seu plano tinha tudo para correr conforme o plano, se não fosse pelos atrasos em conseguir os órgãos quando saia em busca de sua irmã, quando a imortalidade essa já não se importava mais afinal era só uma questão de fazer uma nova poção para ela e seu ajudante.

Joseph perguntou a sua amada por qual razão ela havia marcado com ele o encontro no penhasco e ela disse que passado esse dia e a magia não sendo concretizada ela estaria livre da irmã, então em seguida ele fez outra pergunta se ela tinha ideia do por que seu pai o rei havia criado um interesse súbito em encontrar Lore, ela disse que quanto a isso não fazia a menor ideia.

As coisas finalmente ficaram mais claras para ele, só que ele ainda queria saber por que depois de tanto tempo ela voltou a usar o nome verdadeiro e qual razão de Laura ter sumido por tanto tempo. A moça disse que a irmã já sabia de algumas coisas que poderiam vir a ocorrer no futuro, resolvendo assim ser ela mesma quando o grande momento chegasse e quanto ao sumiço foi devido ao fato de Lore ter encontrado ela e feito de prisioneira dentro da caverna coberta por pedras e rosas no penhasco de Juhdora.

Joseph abraçou sua amada e a beijou, ele disse que estava muito feliz que tudo finalmente acabou bem e lembrou-se de mais uma coisa que queria saber, como é que Laura sabia do que Lore sabia, essa foi fácil para a jovem responder, através da magia branca ela conseguia às vezes entrar na mente de sua irmã enquanto ela dormia sem que a mesma percebesse.

O casal foi deitar-se e Laura falou que apesar do risco maior ter passado Lore não era de deixar as coisas quietas e provavelmente iria querer acabar com ela ou o filho deles por plena vingança, já que agora o plano dela havia ido por água abaixo.

Joseph a abraçou e disse que iria por um fim nessa história de Lore, mas Laura implorou que ele deixasse pra lá e que vivessem ali mesmo, pois era um lugar protegido pelas fadas que jamais deixariam sua irmã entrar e lhes fazer qualquer tipo de mal. Como a casa era grande seria bem legal ter a família de Joseph IV vivendo com eles também completou Laura, só que Joseph logo respondeu que agora que seu irmão faleceu ele era o sucessor ao trono e não podia abandonar seus deveres.

Sua amada virou para ele em seguida beijando-o e pediu que ele descansasse mente cheia de pensamentos, no dia seguinte já em paz poderia retomar tudo com mais clareza e resolver todas as pendências necessárias para as coisas voltarem aos seus devidos lugares com o tempo. O jovem concordou com a cabeça, ela se ajeitou em meio aos musculosos braços do rapaz e adormeceu, tudo que ele queria era vingança e já era quase de manhã quando o cansaço finalmente o abateu.

Durante o sono ele sonhou que ia até o castelo de Lore e lutava bravamente com ela até conseguir mata-la e fugir, mas quando saia do castelo viu que havia centenas de guardas atrás dele. Pensando na melhor forma de se esgueirar ele foi por um caminho que sempre costumava andar, porque dessa forma os guardas da bruxa ali presentes que o vissem não saberiam que estava fugindo, afinal era de costume sua passagem ali.

Mais calmo e crendo que sairia tudo de acordo com o plano foi quando um guarda que o conhecia e já estava sabendo de assassinato da bruxa o viu, em seguida foi em disparada para cima dele que andava distraído em meio às árvores. Joseph avistou uma maçaneta e em seguida atrás da mesma uma porta foi aparecendo ao que se aproximava.

O guarda que vinha alucinado atrás do rapaz não viu quando o mesmo pulou duma pedra onde estava andando para ir até a porta que surgiu dentre o bosque e ao chegar aos pés da pedra onde ele se encontrava quando havia o avistado veio uma carruagem desgovernada sem cavalos e o mesmo teve uma morte horrível.

O jovem, no entanto abria a porta e nada viu a não ser o outro lado como se ela tivesse sido colocada erroneamente em meio ao bosque, ele então a fechou e continuou a caminhar, no alto duma montanha que veio logo a frente avistou algumas imagens das quais o sol meio que ofuscava. Parecia ser um bebe seguido de uma criança e um reflexo seu, foi quando Joseph se deu conta que se tratava de uma visão premonitória em que ambas as crianças e o homem representavam seu filho.

Aquela porta no caso era um sinal dos deuses lhe mostrando que estavam dando uma oportunidade de mudança para os planos do jovem pra que esse tivesse a chance de ver seu filho crescer, pois mesmo com tantas mortes nada estava sendo resolvido e dando continuidade ao plano de acabar com Lore ele estaria cavando a própria cova.

Joseph acordou assustado e aflito, Laura já não estava mais na cama, ele saltou da mesma e foi correndo procura-la para contar tudo e saber qual a opinião dela a respeito do sonho. Ela estava preparando o almoço, pois o rapaz dormiu de mais e já era quase de tarde, naquele estado em que o jovem se encontrava em meio ao pavor tudo que o mesmo conseguiu fazer foi abraça-la fortemente e beija-la.

Sem entender direito o que estava acontecendo e notando que ele não se encontrava num estado de espírito normal perguntou que foi que houve, ele pegou-a pela mão e foi em direção às cadeiras onde se sentaram e finalmente ele conseguiu contar sobre a visão do sonho.

Laura surpresa com tudo que ele contava notou que ao falar aquela “pedra” do seu colar brilhava, mas não quis interrompê-lo e logo que ele concluiu deixando o questionamento do que ela pensava a respeito de tudo aquilo a jovem antes de responder perguntou se ele sabia o que era aquilo que estava carregando no pescoço.

De pronto o príncipe contou a história dos Trolls e disse que com certeza era uma unha, dente ou algo do tipo; A bela donzela caiu na risada e constrangido com a situação ele questionou qual era a graça, ela então tirou o colar do pescoço dele, foi até a pia, pegou um vidro de vinagre e começou a lavar o objeto que logo se livrou da crosta de sujeira e tomou forma de uma bela moeda de ouro que brilhava como nenhuma outra, o jovem também nunca tinha visto e nem estudado sobre a mesma.

Espantado ele perguntou se ela sabia do que se tratava, queria saber também como sabia e pediu para que respondesse logo sobre o sonho, Laura disse que é comum os Trolls roubarem objetos mágicos de outros seres místicos e como ela mesma já havia dito a ele teve tempo de sobra para ler livros na torre em que foi prisioneira.

Não se tratava de uma moeda comum como o jovem mesmo percebeu, era uma moeda de duende roubada de um pote de ouro no fim de um arco-íris e ao contrário do que todos pensam essas moedas não servem apenas para enriquecer o duende que é dono do pote, seu poder vai muito além. É tão raro se conseguir uma quanto um trevo de quatro folhas, com elas você consegue ter visões do futuro sobre assuntos cruciais em sua vida durante o sono e como prova de que foi real ela brilha quando você esta contando a visão ou simplesmente se lembrando dela.

Joseph agora queria saber por qual razão então ele não tinha tido nenhum tipo de visão antes, Laura explicou que não funciona quando simplesmente queremos e disse que como comentado anteriormente para o rapaz ela só traz visões de assuntos cruciais na vida de quem a possui.

Isso já bastava como resposta se havia sido realmente uma visão, a moça nem precisaria dar sua opinião, mas agora ele a questionava se ela sabia por que a moeda não o alertou da morte do irmão. A resposta veio mais rápida do ele esperava, o fato era simples, a moeda mostra coisas que podem ser mudadas perante a vontade dos Deuses, infelizmente ela não mostra coisas que já estão escritas e programadas para acontecer no destino.

O rapaz indagou à amada se ela queria dizer que o irmão dele tinha que morrer daquela forma terrível nas mãos da bruxa, a jovem disse que não necessariamente tinha de ser de tal forma, mas se o príncipe sucessor tinha escrito em sua história pelos Deus que morreria em determinado período qualquer forma era valida.

Ele disse que fazia muito tempo que estava usando o colar e também não sabia do rapto dela, e nenhum dos fatos que vieram ocorrer, Laura voltou a explicar novamente que tudo fazia parte do que iriam chamar um dia de obra do destino e não era algo crucial na vida dele.

Mesmo cheio de dúvidas que percorriam em sua cabeça ainda ele preferiu deixar pra lá, pediu que Laura se livrasse daquilo e disse que ia mandar um pombo com notícias ao reino, a jovem disse que aquilo era um presente uma dádiva, não podia simplesmente se livrar, ele tinha que dar pra outra pessoa ou então devolver ao dono.

Joseph queria distância daquilo em sua família, e como já havia desistido do plano de matar Lore ele disse que assim que comunicasse seu pai ele iria leva-la consigo para casa, onde ela e seu filho estarão em segurança e depois de entregar o dinheiro do irmão para sua família e manda-la ao Vale ele iria atrás desse duende.

Laura riu e perguntou: - E tu meu amado, sabes onde vai encontrar o duende endinheirado? Ele pensou por um tempo e abaixou a cabeça e disse que não saberia nem por onde começar se ela não o ajudasse. Sua amada em seguida o abraçou e pediu para que não se preocupasse, pois cada moeda de um duende é única e informa exatamente onde pertence.

Agora ele já estava mais tranquilo, foi enviar o pombo-correio enquanto a moça preparava comida para viajem de volta ao reino e arrumava as malas. Na carta Joseph contava ao pai da falta de sucesso da missão, a morte do irmão e os cavaleiros, o enterro e sobre sua volta com sua amada e seu filho para casa, ele possuía imensa vontade de falar sobre a família do irmão e dar o direito a eles ao nome da família e ao trono que não queria, mas ao mesmo tempo repeitava o desejo do mesmo que caso algo acontecesse eles tivessem uma vida em paz longe de qualquer coisa ligada a ele para que pudessem seguir em frente.

Mesmo assim Joseph não planejava esquecê-los, ele pretendia visita-los sempre que possível e ensinar os pequenos a cavalgar e lutar com espadas, para que quando fossem mais velhos durante provavelmente em seu reinado eles fossem nomeados a cavaleiros reais e tivessem uma vida mais digna que isolados do mundo no Vale.

Quando adentrou em casa Laura já havia preparado tudo, eles foram em seguida colocar tudo na carroça junto dos pertences de seu irmão e dos cavaleiros, depois voltaram para finalmente almoçar e aproveitar da companhia um do outro durante o restante do dia, para que a noite dormisse e partissem em viagem logo cedo.

O rapaz encontrava-se completamente encantado pela barriga de sua mulher que crescia a cada dia indicando que seu filho se desenvolvia bem, eles sentaram-se no sofá durante a tarde toda e Joseph não cansava de acariciar a barriga de Laura e beija-la. Por mais quentes que as coisas ficassem entre eles o respeito dele era imenso, trocavam carícias, beijos e amassos, mas não passava disso.

Eles acabaram adormecendo depois de algumas horas, Joseph dormiu sentado mesmo e ela deitada sobre o colo dele; quando ambos acordaram ela foi preparar um jantar e após comerem foram se deitar na cama desfrutando mais um pouco do amor entre eles até que caíssem no sono e estivem completamente desancados para que prosseguissem viajem com o menor número de paradas possíveis pra que chegassem logo e em segurança ao castelo.

Antes mesmo dos passarinhos começarem a cantar eles levantaram, vestiram-se, pegaram tudo que pertencia a eles e Joseph ajudou Laura a sentar-se sobre uma almofada na carroça em seguida subindo em seu cavalo para que ele e o de seu irmão os levassem para casa, porque esses foram os únicos que restaram, todos outros receberam alforria para viverem na floresta, afinal não dava para levar quatorze cavalos.
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