sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Cartas à Severina VII

Boa tarde, querida.
Que ótimo que levantei em tua ausência. Poderia ter levado o lençol contigo antes de ir...
Escrevo-te minhas lágrimas...
Ah, Severina! Depois de toda a confusão, eu preciso dele. E ele anda tão estranho estes dias...
Ele quem?!? Ora Severina, meu amor, é claro. Todos deveriam ter um deste, não acha? Coitado daquele moço na rua... Coitado é do meu coração!
Desculpe a confusão, Severina. Acham que estou louca. Louca, louca... Estou mesmo é louca de saudade. Sabe Severina, o calor daquele corpo é capaz de aquecer a cidade inteira...
Severina, por que me provocas? Pare.
Ah Severina, e aqueles olhinhos brilhantes? O que me aquecerá neste dia frio, tão frio quanto tudo ao meu redor? O lençol rasgado que deixaste e as lágrimas quentes que rolam por meu semblante, enquanto aguardo uma ligação? Uma, só uma. Diferente das outras, uma que dure pouco, mas que tenha por finalidade ouvir minha voz.
Ah, parte! Corto tuas asinhas. Não encha a minha cabeça de besteiras. Paro por aqui.
Tua velha amiga.